A irmã de Jo Cox, uma deputada britânica anti-Brexit assassinada em 2016, foi eleita por uma estreita margem, nesta sexta-feira (2/7), para ocupar sua antiga cadeira parlamentar em uma eleição parcial crucial para o opositor Partido Trabalhista e seu líder, Keir Starmer.
Com 35,27% dos votos, Kim Leadbeater obteve a vaga de Batley and Spen, um dos bastiões da esquerda no norte da Inglaterra. A cadeira havia sido ocupada por sua irmã até seu assassinato na rua por um simpatizante neonazista, uma semana antes do referendo sobre o Brexit, em 2016.
O homicídio desta firme defensora da adesão à União Europeia e dos refugiados, de 41 anos, chocou o Reino Unido, em um contexto de forte tensão pela campanha sobre o Brexit - um consulta que dividiu o país.
Leadbeater derrotou o candidato conservador Ryan Stephenson (34,42%) por apenas 323 votos, conforme resultados anunciados nesta sexta.
"Estou muito feliz que as pessoas de Batley e Spen tenham rejeitado a separação e tenha escolhido votar na esperança", afirmou a vencedora, de 40 anos, declarando à emissora BBC que este foi um dia "muito emocionante" para ela.
Os eleitores deste distrito eleitoral, que escolhem candidatos trabalhistas desde 1997, votaram na quinta-feira (1/7) nesta eleição parcial decorrente da saída da deputada em final de mandato, Tracey Brabin. Ela foi eleita prefeita de West Yorkshire em meados de maio.
O Partido Conservador, do primeiro-ministro Boris Johnson, declarou-se "decepcionado". Nos últimos anos, a legenda obteve resultados muito bons nesta região desindustrializada, conhecida como "muro vermelho", por votar, historicamente, na esquerda.
No Twitter, Starmer celebrou este "resultado fantástico" e "uma campanha positiva de esperança" liderada por Leadbeater "frente à divisão".
Esta vitória é um alívio para o líder trabalhista, depois de os conservadores terem conquistado outro reduto de esquerda em eleições parciais de maio, em Hartlepool, no nordeste do país.
Mais centrista do que seu antecessor Jeremy Corbyn, Starmer assumiu a liderança em abril de 2020, após um desastre eleitoral trabalhista. Prometeu reconduzir o partido, mas tem tido dificuldade para convencer até mesmo entre suas fileiras.
Cox foi a primeira parlamentar a ser assassinada no Reino Unido. É a primeira vez que isso acontece com um deputado britânico, desde o homicídio de Ian Gow, vítima do IRA, em 1990.