O governo bielorrusso ordenou nesta sexta-feira (23/7) a dissolução de dezenas de organizações não governamentais e associações, em setores que vão da defesa dos direitos humanos ao jornalismo.
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Viasna, que teve de encerrar suas atividades, pelo menos 47 ONGs foram afetadas pela medida. Algumas delas já haviam sido invadidas nas últimas semanas.
Entre elas, estão a delegação bielorrussa da associação de defesa de escritores PEN, a Associação de Jornalistas Bielorrussos, que recentemente denunciou a prisão de profissionais da imprensa, e uma prestigiosa escola de negócios em Minsk.
Grupos que ensinam idiomas, ajudam pessoas com deficiência, ou na contratação de jovens, e organizações beneficientes também devem fechar, de acordo com o portal jurídico do governo.
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, que realiza uma campanha de repressão desde sua polêmica reeleição, comparou as ONGS a "bandidos" e "agentes estrangeiros" que agem "contra o Estado".
"A limpeza continua", anunciou ele durante uma reunião do governo na quinta-feira (22/7).
Lukashenko foi reeleito pela quinta vez em agosto de 2020, em eleições consideradas fraudulentas por vários países ocidentais.
O movimento de protesto bielorrusso durou meses, mas o regime conseguiu dobrá-lo por meio de prisões, tortura e exílio forçado de suas lideranças.
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