Irã

Irã inaugura terminal de exportação de petróleo para evitar Estreito de Ormuz

Por causa das sanções americanas, o Irã é muito discreto sobre o destino das exportações de petróleo que poucos clientes ainda se arriscam a comprar.

Agência France-Presse
postado em 22/07/2021 11:39 / atualizado em 22/07/2021 11:39
 (crédito: picture-alliance/dpa/NASA/The Visible Earth)
(crédito: picture-alliance/dpa/NASA/The Visible Earth)

O presidente iraniano, Hassan Rohani, celebrou nesta quinta-feira (22) a "histórica inauguração" de um novo terminal de exportação de petróleo no golfo de Omã, o que evitará a travessia pelo estratégico Estreito de Ormuz, onde patrulham navios de guerra dos Estados Unidos.

Este oleoduto permitirá à República Islâmica exportar seu petróleo do porto de Jask, poupando os navios petroleiros de vários dias de navegação a partir do porto de Kharg, ambos no Golfo de Omã. Também permitirá evitar o Estreito de Ormuz, coração de tensões estratégicas entre Irã e Estados Unidos, país considerado inimigo e com vários navios de guerra na área.

"Que comece a exploração do oleoduto de mil quilômetros para a transferência de petróleo de Goreh (sudoeste) para Jask (sudeste) e a exploração do terminal de exportação da região de Makran", no porto de Jask, declarou Rohani, em um discurso transmitido na televisão.

"Hoje é um dia histórico para a nação iraniana", celebrou o presidente, que explicou que, sem este novo terminal, "nossas exportações de petróleo seriam cortadas em caso de problemas".

O Estreito de Ormuz (40 km de largura) é uma das vias marítimas mais importantes do mundo para o transporte de petróleo, já que é quase a única comunicação entre os produtores de hidrocarbonetos do Oriente Médio e os mercados da Ásia, da Europa e da América do Norte.

Rohani estimou em "US$ 2 bilhões" o valor total deste projeto iniciado há dois anos.

"A indústria do petróleo é muito importante para nós, mas também para nosso inimigo, que impôs sanções ao petróleo", afirmou Rohani, referindo-se às sanções dos Estados Unidos contra o Irã.

Desde junho de 2019, Irã e Estados Unidos chegaram à beira da guerra duas vezes: pelas tensões no Golfo e pelo acordo internacional de Viena sobre o programa nuclear iraniano, firmado em 2015.

A República Islâmica retomou as negociações com outros atores do acordo de 2015 (Alemanha, Reino Unido, China, França e Rússia), na tentativa de reativá-lo.

Em maio de 2018, o então presidente Donald Trump denunciou unilateralmente este acordo e restabeleceu as sanções americanas que o tratado de 2015 permitiu levantar. A decisão desencadeou uma recessão violenta no Irã e a perda da maioria de seus tradicionais clientes de petróleo.

Por causa das sanções americanas, o Irã é muito discreto sobre o destino das exportações de petróleo que poucos clientes ainda se arriscam a comprar.

Em junho, o Irã produziu 2,47 milhões de barris diários, segundo as últimas estatísticas disponíveis da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

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