Cisjordânia

Decisão da Ben & Jerry s de se retirar da Cisjordânia provoca mal-estar em Israel

A marca foi duramente criticada após o conflito entre as forças israelenses e militantes na Faixa de Gaza, em maio.

An Israeli flag is set atop a delivery truck outside US ice-cream maker Ben & Jerry's factory in Be'er Tuvia, on July 21, 2021. Ben & Jerry's announced that it will stop selling ice cream in the Israel-occupied Palestinian territories since it was
An Israeli flag is set atop a delivery truck outside US ice-cream maker Ben & Jerry's factory in Be'er Tuvia, on July 21, 2021. Ben & Jerry's announced that it will stop selling ice cream in the Israel-occupied Palestinian territories since it was "inconsistent with our values", although it said it planned to keep selling its products in Israel. The West Bank and East Jerusalem have been under Israeli control since 1967. - (crédito: EMMANUEL DUNAND / AFP)
postado em 22/07/2021 08:40 / atualizado em 29/01/2024 16:54

Ben & Jerry's, a icônica marca americana de sorvetes, anunciou que não venderá mais seus produtos na Cisjordânia. Em nota, a empresa disse que vender sorvetes em território palestino ocupado por Israel era incompatível com os valores da marca. Com a decisão, a Ben & Jerry's não renovará um acordo que expira no final do ano que vem com uma licenciada na Cisjordânia, mas permanecerá em Israel.

A ação provocou mal-estar em Israel, com funcionários do governo condenando a ação. "A Ben & Jerry's decidiu se denominar sorvete anti-Israel", disse o premiê Naftali Bennett em um comunicado. "Este é um erro moral e acredito que acabará sendo um erro comercial também."

O chanceler Yair Lapid chamou a decisão de "rendição vergonhosa ao antissemitismo" e acrescentou que Israel poderia usar as leis dos EUA que visam o movimento de boicotes, desinvestimentos e sanções para retaliar a empresa. O líder da oposição, Binyamin Netanyahu, conhecido por ser um consumidor voraz de sorvete, escreveu no Twitter que a Ben & Jerry's mostrava aos israelenses "qual sorvete NÃO comprar".

Mas alguns políticos israelenses pareceram receber bem a notícia. Ayman Odeh, líder da Lista Conjunta de partidos árabes, tuitou uma imagem de si mesmo comendo um "Cone Sweet Cone" da Ben & Jerry's e sorrindo.

A decisão de se retirar da Cisjordânia foi tomada após pressão de grupos pró-palestinos, que argumentaram que a venda dos produtos Ben & Jerry's em assentamentos israelenses em território palestino estava em conflito com o apoio da empresa à justiça social.

A marca foi duramente criticada após o conflito entre as forças israelenses e militantes na Faixa de Gaza, em maio, com apoiadores e críticos das causas palestinas bombardeando suas redes sociais com perguntas sobre o Oriente Médio.

"Algum amante de hortelã aí?", a conta da empresa no Twitter havia questionado em 18 de maio, antes que centenas de pessoas a pressionassem a dar uma posição sobre o conflito em Gaza.

"Eu mudei de Häagen-Dazs para você porque suas posições chamaram minha atenção. Seu silêncio contínuo sobre isso me levou a considerar seriamente um boicote", escreveu um crítico.

No dia seguinte, um grupo chamado Decolonize Burlington, da mesma cidade de Vermont que Ben & Jerry's, exigiu um boicote internacional à fabricante de sorvete e a acusou de hipocrisia por não falar sobre Israel da mesma forma que fez sobre os direitos dos refugiados, aquecimento global e o movimento Black Lives Matter. "Se a Ben & Jerry's quer lucrar com as mensagens antirracistas, precisam ser consistentes", declarou o grupo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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