Artistas populares cubanos, como os integrantes da orquestra Los Van Van e o pianista Chucho Valdés, expressaram nesta terça-feira (13/7) seu apoio às manifestações contra o governo que ocorreram no domingo (11/7) e na segunda-feira (12/7) na ilha, assim como seu repúdio à repressão policial.
Os protestos, duramente reprimidos pela polícia ou por partidários do governo, deixaram um saldo de um morto, vários feridos e mais de cem pessoas detidas.
Samuel Formell, diretor da famosa orquestra Los Van Van, conhecida como "o trem da música cubana", expressou com seus músicos o respaldo aos manifestantes.
"Apoiamos os milhares de cubanos que exigem seus direitos, devemos ser escutados, digamos não à violência, fazemos um pedido pela paz em nossas ruas", escreveu no Facebook.
“Estou muito triste com o que está sofrendo meu povo, inclusive minha família, dói muito ver as condições subumanas em que vivem muitos cubanos”, disse o pianista e compositor Jesús “Chucho" Valdés, também em sua conta no Facebook.
"Nunca imaginei que as forças da ordem em Cuba atacariam pessoas comuns e pacíficas como nós, cubanos", declarou o compositor e violonista Leo Brouwer na mesma rede social.
O músico deixou sua mensagem em uma nota escrita de seu próprio punho, cuja foto postou em sua conta.
“Estou magoado com os golpes e as imagens que vejo da violência contra um povo que sai às ruas para expressar o que sente de forma pacífica”, disse o “Caballero del Son”, Adalberto Álvarez, também no Facebook.
Para Alvarez, "além do pensamento político está o direito humano", em referência aos abusos registrados nos protestos que começaram no domingo na pequena cidade de San Antonio de los Baños, a 30 quilômetros de Havana, e foram replicados em quarenta cidades da ilha.
As manifestações inéditas, que degeneraram em confrontos com as forças da ordem, são alimentadas pela crise econômica que abala o país.
A cantora Haydee Milanés, filha de Pablo Milanés, um dos principais expoentes da Nueva Trova Cubana, afirmou que “o povo cubano se expressou e saiu às ruas pacificamente com suas reivindicações. O governo tem a obrigação de ouvi-los."
“É inadmissível que as autoridades convoquem um confronto entre cubanos”, acrescentou.
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