Envolvidos em um escândalo de plágio e atrás dos conservadores de Angela Merkel nas pesquisas, os Verdes alemães partem para a ofensiva nesta segunda-feira (12/7), com o lançamento de sua campanha eleitoral.
Os ambientalistas apresentam hoje sua campanha para as eleições legislativas de 26 de setembro, nas quais será decidido quem sucederá a Angela Merkel após 16 anos à frente do governo.
E a atmosfera é desoladora. Há apenas dois meses as pesquisas apontavam os Verdes como possíveis vencedores, mas, desde então, os ventos mudaram. Com 17%, segundo pesquisa da Insa publicada no domingo (11/7) pelo jornal Bild, eles não apenas estão atrás da direita (28%), como estão empatados com os socialdemocratas (17%).
Para decolar novamente, o copresidente dos Verdes, Robert Habeck, iniciará uma turnê eleitoral de duas semanas em sua região, Schleswig-Holstein.
É uma forma de ajudar a candidata do partido, a copresidente Annalena Baerbock, à medida que aumentam os rumores sobre sua possível retirada.
"Não passam de bobagens", reagiu em entrevista ao Süddeutsche Zeitung no sábado.
"Acabamos de eleger Annalena como nossa candidata (...) com quase 100% dos votos em um congresso", insistiu. "Agora é uma questão de aproveitar ao máximo este voto de confiança que recebeu", completou.
"Não há debate" sobre uma possível mudança de candidato, assegurou, admitindo, porém, "erros técnicos que Annalena Baerbock reconheceu".
A candidata de 40 anos multiplicou erros que estão custando caro ao partido: bonificações isentas de impostos e não declaradas no Bundestag, curriculum vitae ligeiramente "exagerado" e uma polêmica sobre parágrafos plagiados de um livro.
Em um país onde vários ministros tiveram de renunciar nos últimos anos por copiar partes de sua tese de doutorado, "o caso" do livro de Baerbock é controverso.
Um "caçador de plágio" austríaco revelou em seu blog que certos parágrafos de seu livro "Jetzt", publicado após o anúncio de sua candidatura em abril, foram copiados da Internet.
Annalena Baerbock admitiu ter cometido "erros" que a "exasperaram" e, desde então, tem tido dificuldade em esconder o nervosismo.
Após a nomeação desta jurista especialista em Direito Internacional em abril, os Verdes decolaram nas pesquisas, antes de cair.
Conservadores na liderança
Já a União Democrática Cristã (CDU) de Angela Merkel e sua formação irmã bávara, a União Social Cristã (CSU), que esperaram até o final de junho para apresentar seu programa eleitoral, começaram mal, mas agora podem respirar mais tranquilas.
O campo dos democrata-cristãos "deveria agradecer a Annalena Baerbock por sua situação confortável", escreveu a revista semanal Der Spiegel no sábado.
"No momento, parece que (seu candidato Armin Laschet) será nomeado chanceler quase automaticamente", afirmou.
Os conservadores se envolveram há alguns meses em um escândalo na compra de máscaras médicas no início da pandemia e se viram penalizados, por algum tempo, pela difícil nomeação de seu candidato, Armin Laschet.
Com 25% das intenções de voto, o líder da Renânia do Norte-Vestfália é, hoje, muito mais popular do que sua rival ecologista, que teria entre 17%-19%.
No domingo (11/7), ele tentou seduzir o eleitorado de Baerbock, ao pedir "esforços internacionais urgentes" para a proteção do clima, em uma entrevista à rede ARD.
Há alguns meses, Armin Laschet foi alvo de críticas de suas próprias fileiras e sofreu a investida dos ambientalistas. Agora, no entanto, parece com grandes chances para a Chancelaria.
"Muitos se enganaram", comentou no domingo, referindo-se a todos os rivais que o subestimaram.
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