O bilionário britânico Richard Branson pousou em segurança neste domingo (11/7) no Novo México, no sudoeste dos Estados Unidos, depois de passar alguns minutos na fronteira do espaço a bordo de uma nave de sua empresa Virgin Galactic, uma viagem que ele sempre sonhou e um marco para o turismo espacial.
A espaçonave VSS Unity, que também transportava dois pilotos e três outros passageiros, pousou na pista da base aérea Spaceport America por volta das 10h40 (12h40 de Brasília).
"Uma experiência única na vida" comentou Branson pouco antes de retornar à Terra e se tornar o primeiro bilionário a viajar ao espaço em uma nave desenvolvida por sua própria empresa, à frente, portanto, de Jeff Bezos, que espera alcançar o mesmo feito em 20 de julho.
Branson tinha uma missão precisa durante sua viagem: testar e avaliar a experiência que seus futuros clientes terão. Outros bilionários já estiveram no espaço na década de 2000, mas a bordo de foguetes russos. Elon Musk, fundador da SpaceX e grande rival de Bezos, esteve presente no evento deste domingo para apoiar Branson.
Após pequenos atrasos por conta das condições climáticas, um enorme avião transportando a espaçonave fez uma decolagem horizontal da base Spaceport America por volta das 8h40 (11h40 de Brasília).
E quando atingiu cerca de 15 quilômetros de altura, a espaçonave se soltou e iniciou uma subida supersônica, até ultrapassar os 80 km de altitude, ponto estabelecido nos Estados Unidos para a fronteira espacial.
Depois que o motor foi desligado, os passageiros puderam soltar os cintos de seus assentos e flutuar por alguns minutos sem gravidade, admirando a curvatura da Terra de uma das 12 janelas da cabine. Após atingir uma altitude de cerca de 90 km, o nave desceu novamente.
Base espacial
O excêntrico bilionário de 70 anos, fundador do grupo Virgin - cujas atividades vão desde uma companhia aérea até esportes - há muito cultiva uma imagem impetuosa, com uma série de façanhas esportivas.
"Quando eu era criança, queria ir para o espaço. Como isso parecia improvável para a minha geração, registrei o nome Virgin Galactic, com a ideia de criar uma empresa que tornasse isso possível", escreveu Richard Branson alguns dias atrás.
Objetivo que esteve perto do fracasso em 2014: o acidente em voo de uma espaçonave Virgin Galactic causou a morte de um piloto, atrasando consideravelmente o programa.
Desde então, a VSS Unity chegou ao espaço três vezes, em 2018 e 2019, com pilotos a bordo e até um passageiro em 2019.
Neste domingo, o evento será realizado no Spaceport America, uma base espacial construída no deserto do Novo México, menos de 100 km ao norte da pequena cidade de Las Cruces.
A Virgin Galactic iniciou sua construção, financiada em grande parte por este estado do sudoeste dos EUA. A base inclui uma pista com mais de 3,6 km de extensão e um edifício com espaços dedicados às operação de voos, bem como à recepção de futuros clientes.
Voos regulares para 2022?
Depois deste domingo, a Virgin Galactic planeja mais dois voos de teste e, em seguida, iniciará as operações comerciais regulares no início de 2022. A longo prazo, pretende operar 400 voos por ano do Spaceport America.
Cerca de 600 passagens já foram vendidas para pessoas de 60 países diferentes, incluindo celebridades de Hollywood, por entre US $ 200.000 e US $ 250.000.
Embora Branson continue repetindo que "o espaço é de todos", a aventura ainda está ao alcance de poucos privilegiados.
"Quando eu voltar (do espaço), vou anunciar algo muito emocionante para que mais pessoas possam se tornar astronautas", prometeu.
A competição no setor do turismo espacial, cujo início iminente é anunciado há anos, se acelerou este mês: o homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, também planeja subir aos céus no dia 20 de julho com seu próprio foguete, batizado New Shepard e desenvolvido por sua empresa Blue Origin.
A empresa fez questão de anunciar na sexta seus méritos contra os da Virgin Galactic: o New Shepard sobe a mais de 100 km de altura, superando assim o que é conhecido como a linha Karman, que marca o início do espaço segundo a convenção internacional. "Nenhum de nossos astronautas terá um asterisco ao lado do nome", zombou Blue Origin
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