Uma das últimas sobreviventes da orquestra de mulheres de Auschwitz, a alemã Esther Bejarano, morreu na noite de sexta-feira (9) aos 96 anos, anunciou o diretor do Centro Educacional Anne Frank no Twitter.
"Ela dedicou sua vida à música e à luta contra o racismo e o antissemitismo", escreveu Meron Mendel, lembrando que Esther Bejarano, deportada em 1943 para o campo de extermínio nazista, conseguiu se salvar porque era musicista e tocava acordeão em Auschwitz.
"Uma voz importante na luta contra o racismo e o antissemitismo morreu", tuitou o ministro das Relações Exteriores alemão Heiko Maas, destacando que "sua vitalidade e incrível história" eram admiradas.
Nascida em Sarrelouis, ela foi deportada pela primeira vez para Auschwitz em abril de 1943 antes de ser transferida em novembro do mesmo ano para o campo de Ravensbrück. Seus pais e sua irmã foram assassinados pelos nazistas.
Depois da guerra, Esther Bejarano viajou para a Palestina e morou por quase 15 anos em Israel, antes de retornar à Alemanha, onde durante anos contou sua história e nos últimos anos alertou contra a ascensão da extrema-direita.
"Aqueles que como nós viveram isso (a deportação) sabem que não há palavras adequadas para descrever o quão sério é", insistia, citando em particular o movimento xenófobo e antimuçulmano Pegida e o partido de extrema-direita AfD.
Personalidade muito respeitada na Alemanha, escreveu vários romances autobiográficos, dedicou-se ao canto e ao comitê internacional de Auschwitz.
Esther Bejarano foi recrutada para a orquestra de mulheres de Auschwitz quando não sabia tocar acordeão, mas apenas piano. Com outras musicistas, tinha que tocar para os prisioneiros e para os deportados quando eles desciam dos comboios.
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