Os Estados Unidos expressaram, nesta quinta-feira (8/7), sua grande preocupação após informações na mídia de um grande fortalecimento pela China de seu arsenal nuclear, convidando Pequim a dialogar para evitar uma nova corrida armamentista.
"É do interesse de todos que as potências nucleares discutam diretamente sobre a redução dos perigos nucleares e (como) evitar erros de cálculo", disse o embaixador dos Estados Unidos, Robert Wood, a repórteres na Conferência de Genebra sobre Desarmamento.
Ele reagiu assim a informações que saíram na imprensa na semana passada de que a China está construindo mais de 100 novos silos para mísseis balísticos intercontinentais.
O jornal Washington Post, citando uma análise realizada pelo Centro James Martin para Estudos Sobre Não-Proliferação - com sede na Califórnia - de imagens de satélite, escreveu que 119 silos estavam sendo construídos em um deserto perto de Yumen, uma cidade no noroeste da China.
Isso é "muito preocupante", comentou Wood.
"Enquanto a China não se sentar com os Estados Unidos bilateralmente, o risco de uma corrida armamentista devastadora continuará a aumentar e isso não é do interesse de ninguém", acrescentou o diplomata.
Este país, ressaltou o americano, afirma ser "uma potência nuclear responsável" e que o seu "pequeno (arsenal) tem apenas um propósito defensivo": "mas quando você vê muito do que a China está fazendo, está em contradição com o que ela diz".
Robert Wood citou uma série de novos sistemas de armas que a China estaria desenvolvendo, incluindo mísseis capazes de atingir os Estados Unidos, que têm "grande potencial para alterar toda a dinâmica da estabilidade estratégica global".
Para ele, um dos principais problemas é a falta de transparência nessa área da China, que não dá detalhes sobre seu arsenal nuclear.
Em sua primeira avaliação divulgada no ano passado sobre a capacidade nuclear do gigante asiático, o Pentágono estimou que tinha mais de 200 ogivas nucleares e parecia querer dobrar seu número na próxima década.
"Acreditamos que o programa de armas nucleares (chinês) pode dobrar seu estoque nos próximos dez anos, mas pode ser mais do que isso", disse Wood a esse respeito.
"Se ela não se sentar à mesa (de negociação), é difícil dizer o que a China está realmente planejando", comentou.
De toda forma, o número estimado de ogivas nucleares mantidas pelos chineses é muito menor do que as mais de 11.000 que os Estados Unidos e a Rússia dispõem em conjunto.
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