Homofobia

Assassinato de jovem gay brasileiro causa comoção na Espanha

Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, foi espancado até a morte na porta de uma boate em Coruña, no noroeste da Espanha

Correio Braziliense
postado em 06/07/2021 12:01 / atualizado em 06/07/2021 12:21
 (crédito: Redes sociais)
(crédito: Redes sociais)

O assassinato brutal de um jovem brasileiro gerou uma onda de manifestações na Espanha. O técnico de enfermagem Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, foi golpeado até a morte em um provável episódio de agressão motivado por homofobia. O caso aconteceu em Coruña, uma cidade portuária no noroeste do país.

Samuel nasceu no Brasil, mas foi morar na Espanha quando tinha apenas 1 ano de idade. Ele foi assassinado na madrugada do último sábado (3/7). Testemunhas disseram à imprensa local que o jovem foi atacado inicialmente por um rapaz que estava acompanhado de uma mulher e que deu um soco no brasileiro por pensar que estava sendo filmado.

Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, foi golpeado até a morte em uma festa na Espanha
Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, foi golpeado até a morte em uma festa na Espanha (foto: Redes sociais)

Uma amiga que estava com Samuel no momento do espancamento contou ao jornal espanhol El Mundo que, pouco depois, o mesmo homem voltou com um grupo de mais dez pessoas e espancou o brasileiro até a morte. Os agressores deixaram Samuel inconsciente e fugiram antes do socorro chegar.

A morte de Samuel repercutiu nas redes sociais e gerou uma onda de protestos em diversos pontos do país. "Justiça para Samuel. Homofobia e fascismo são o mesmo", dizia a faixa carregada por manifestantes, que iniciaram uma marcha na noite de segunda-feira (5/7) na famosa Puerta del Sol, em Madrid.

Os manifestantes também gritavam frases como "acabem com a homofobia", "Tudo o que importa é viver" e "eles estão nos matando".

Os pais de Samuel também falam em crime de homofobia e apontam para o timing da agressão: imediatamente após a Semana do Orgulho na Espanha.

O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, informou que até a segunda-feira ninguém havia sido preso e que "nenhuma hipótese está excluída, nem o crime de ódio, nem qualquer outro".

Também no mesmo dia, o chefe do governo, Pedro Sánchez, pediu celeridade na investigação da polícia. “Foi um ato selvagem e cruel. Não vamos dar um passo atrás em direitos e liberdades. A Espanha não vai tolerar isto”.

As manifestações e pedidos de justiça por Samuel seguem nesta terça-feira (6/7). Um grupo de pessoas, em sua maioria ocupantes de cargos públicos e membros de forças de segurança da Espanha, fizeram um minuto de silêncio em memória do jovem brasileiro. 

A organização Avante LGBT+ também convocou novas manifestações na Galícia, a partir das 20h (horário local), em um ato de repúdio a homofobia.


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