O assassinato brutal de um jovem brasileiro gerou uma onda de manifestações na Espanha. O técnico de enfermagem Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, foi golpeado até a morte em um provável episódio de agressão motivado por homofobia. O caso aconteceu em Coruña, uma cidade portuária no noroeste do país.
Samuel nasceu no Brasil, mas foi morar na Espanha quando tinha apenas 1 ano de idade. Ele foi assassinado na madrugada do último sábado (3/7). Testemunhas disseram à imprensa local que o jovem foi atacado inicialmente por um rapaz que estava acompanhado de uma mulher e que deu um soco no brasileiro por pensar que estava sendo filmado.
Uma amiga que estava com Samuel no momento do espancamento contou ao jornal espanhol El Mundo que, pouco depois, o mesmo homem voltou com um grupo de mais dez pessoas e espancou o brasileiro até a morte. Os agressores deixaram Samuel inconsciente e fugiram antes do socorro chegar.
A morte de Samuel repercutiu nas redes sociais e gerou uma onda de protestos em diversos pontos do país. "Justiça para Samuel. Homofobia e fascismo são o mesmo", dizia a faixa carregada por manifestantes, que iniciaram uma marcha na noite de segunda-feira (5/7) na famosa Puerta del Sol, em Madrid.
Hacía tiempo que no se llenaba tanto la Puerta del Sol de Madrid. Esta tarde se reclama #JusticiaPorSamuel, un joven de La Coruña asesinado por ser gay.
— Agustín Moreno (@MorenoG_Agustin) July 5, 2021
El vídeo demuestra que se tiene muy claro cuál es el problema: el fascismo patriarcal, homófobo y racista.
#StopHomofobia pic.twitter.com/aMW25iBCxV
Demonstration in #Madrid #PuertadelSol in support of #SamuelLuiz (24) who was murdered outside a nightclub in #ACoruña, #Spain .It has been described as a #homophobic #crime.#homophobiacrime #homophobia #crime #lgtbiq????????? #justiciaporsamuel????????? #justiciaparasamuel @marikasMMM pic.twitter.com/A2vF4tNneA
— Guillermo (@Guillermodgc) July 5, 2021
Os manifestantes também gritavam frases como "acabem com a homofobia", "Tudo o que importa é viver" e "eles estão nos matando".
Os pais de Samuel também falam em crime de homofobia e apontam para o timing da agressão: imediatamente após a Semana do Orgulho na Espanha.
O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, informou que até a segunda-feira ninguém havia sido preso e que "nenhuma hipótese está excluída, nem o crime de ódio, nem qualquer outro".
Também no mesmo dia, o chefe do governo, Pedro Sánchez, pediu celeridade na investigação da polícia. “Foi um ato selvagem e cruel. Não vamos dar um passo atrás em direitos e liberdades. A Espanha não vai tolerar isto”.
Confío en que la investigación de @policia dé pronto con los autores del asesinato de Samuel y esclarezca los hechos. Fue un acto salvaje y despiadado.
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) July 5, 2021
No daremos ni un paso atrás en derechos y libertades. España no lo va a tolerar. Todo mi apoyo a su familia y seres queridos.
As manifestações e pedidos de justiça por Samuel seguem nesta terça-feira (6/7). Um grupo de pessoas, em sua maioria ocupantes de cargos públicos e membros de forças de segurança da Espanha, fizeram um minuto de silêncio em memória do jovem brasileiro.
A organização Avante LGBT+ também convocou novas manifestações na Galícia, a partir das 20h (horário local), em um ato de repúdio a homofobia.
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