O novo governo israelense não conseguiu prorrogar, nesta terça-feira (6/7), uma polêmica norma que proíbe a concessão da nacionalidade aos parceiros dos palestinos cidadãos de Israel, um dispositivo que o primeiro-ministro Naftali Bennett queria renovar.
Os deputados votaram na manhã desta terça, com 59 votos a favor e 59 contra, o que implica que os palestinos casados com cidadãos de Israel poderão, a partir de agora, solicitar a nacionalidade israelense e, assim, alcançar a reunificação familiar.
Desde que foi aprovada pela primeira vez, em julho de 2003, durante a Segunda Intifada, esta medida foi renovada pelo Parlamento por razões de segurança.
Este ano, a situação mudou com a chegada de um governo de coalizão composto por partidos muito diferentes: da direita nacionalista, encarnada por Bennett, aos partidos árabes em Israel, passando por siglas de esquerda.
Bennett estava apostando na extensão dessa medida, mas, para isso, eram necessários 61 votos em 120.
O partido de esquerda Meretz e a legenda islâmica Raam, que integram a coalizão, anunciaram que votariam contra a norma. Segundo ambos, ela discrimina os palestinos em Israel, que representam cerca de 20% da população do país.
"A oposição colocou a segurança de Israel em risco", denunciou o Partido Yamina, de Bennett, em um comunicado.
"Há coisas, com as quais não se brinca. A segurança do Estado é uma linha vermelha. O Estado precisa controlar quem entra e quem obtém a nacionalidade", disse Bennett, ontem à noite.
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