O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nesta sexta-feira (2/7) a CIA e o Comando Sul dos Estados Unidos de planejar seu assassinato, perguntando-se retoricamente se seu homólogo americano, Joe Biden, os autorizou.
"Será que Joe Biden ratificou as ordens de Donald Trump de levar a Venezuela a uma guerra civil e nos matar? Sim ou não? Pergunto", disse Maduro em um ato de promoção de militares, referindo-se às visitas do diretor da CIA, William Burns, e do chefe do o Comando Sul, Almirante Craig Faller, aos vizinhos Colômbia e Brasil.
“O que eles fizeram? Nossas fontes na Colômbia nos asseguram (...) que vieram preparar um plano para atentar contra a minha vida e contra a vida de importantes líderes políticos e militares (...) O presidente Joe Biden autorizou o plano de me assassinar e assassinar importantes dirigentes políticos e militares da Venezuela? Sim ou não?”, acrescentou.
Maduro, que não apresentou provas, frequentemente denuncia planos de golpe de Estado, invasões militares e assassinatos, culpando os EUA e aliados regionais como Colômbia e Brasil, que ignoram sua reeleição em 2018 por considerá-la uma fraude e reconhecem simbolicamente como presidente da Venezuela o líder da oposição Juan Guaidó.
As relações de Maduro com Trump eram especialmente tensas. O ex-presidente americano impôs severas sanções financeiras à Venezuela e à petroleira estatal PDVSA, ao mesmo tempo em que afirmou que "todas as opções", inclusive a militar, estavam sobre a mesa em relação ao país caribenho.
O governo chavista afirmou que impediu em 2020 uma incursão marítima por mercenários da Colômbia, apoiada por Washington, que buscava derrubá-lo. Dois ex-militares americanos, Luke Alexander Denman e Airan Berry, foram presos e condenados a 20 anos de prisão, acusados de terrorismo, entre outros crimes.
Embora ainda não reconheça Maduro, o governo de Biden se distanciou da linha de Trump com relação à crise venezuelana.
Os Estados Unidos e a União Europeia declararam na sexta-feira passada, em comunicado conjunto com o Canadá, que estavam dispostos a "revisar" as sanções contra a Venezuela se houvesse avanços em uma negociação entre governo e oposição que levasse a "eleições locais, legislativas e presidenciais, críveis, inclusivas e transparentes”.
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