A Itália, uma das potências ocidentais mais comprometidas com o Afeganistão, anunciou nesta quarta-feira (30/6) que concluiu a repatriação de seus soldados como parte da retirada decidida pela Otan.
"Na noite de ontem (terça-feira, 29/6), a missão italiana no Afeganistão terminou oficialmente", informou o ministro da Defesa, Lorenzo Guerini, em um comunicado.
"Mas o compromisso da comunidade internacional com o Afeganistão, começando pelo da Itália, não vai parar. Continuará de outras formas, em particular com o fortalecimento da cooperação ao desenvolvimento e apoio às instituições republicanas afegãs, completa a nota.
O último contingente italiano, formado por dezenas de soldados, saiu de Herat (oeste do Afeganistão) e desembarcou no aeroporto de Pisa (oeste da Itália).
De acordo com o ministério, 723 soldados italianos foram feridos e 53 morreram, de um total de 50.000 soldados enviados nos últimos 20 anos ao Afeganistão.
A Itália integrou, ao lado dos Estados Unidos, Turquia, Reino Unido e Alemanha, o grupo de cinco países mais comprometidos com a missão "Resolute Support".
A Alemanha também anunciou na terça-feira (29/6) que suas tropas deixaram o Afeganistão.
A missão "Resolute Support" tinha como objetivo treinar as forças afegãs para garantir a segurança do país depois da saída das forças estrangeiras.
Após 20 anos de presença, a Otan anunciou em 29 de abril o início da retirada de suas tropas, o que abre um período de grande incerteza para o Afeganistão, ainda ameaçado pela violência.
Outros contingentes menores, como os da Espanha, Estônia e Dinamarca, já abandonaram o país.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estabeleceu 11 de setembro como data limite para a retirada americana, dia do 20º aniversário dos ataques às Torres Gêmeas por parte do grupo terrorista Al-Qaeda.