Washington, EUA - O grupo farmacêutico Johnson & Johnson "sairá do negócio dos opioides a nível nacional" nos Estados Unidos, como parte de um acordo de US$ 230 milhões com Nova York, anunciou neste sábado (26/6) a procuradora-geral do estado, Letitia James.
O acordo permite a Johnson & Johnson resolver os litígios por "seu papel em ajudar a abastecer a epidemia de opioides", segundo um comunicado da procuradora. A empresa vai dividir o pagamento ao longo de nove anos.
Também pode pagar US$ 30 milhões adicionais no primeiro ano caso o estado aprove uma lei para criar um fundo contra os opioides. Johnson & Johnson ainda enfrenta outros processos judiciais ni país, incluindo um julgamento em curso na Califórnia.
"A epidemia de opioides tem provocado estragos em muitas comunidades do estado de Nova York e do restante do país, deixando milhões de pessoas ainda viciadas nos perigosos e fatais opioides", afirmou James no comunicado.
"A Johnson & Johnson ajudou a alimentar este incêndio, mas se compromete a deixar o negócio de opioides - não apenas em Nova York, mas em todo o país", acrescentou. Isto inclui tanto a fabricação como a venda de opioides, segundo o comunicado.
Os US$ 230 milhões serão destinados aos esforços de prevenção, tratamento e conscientização sobre os perigos das substâncias no estado de Nova York.
Johnson & Johnson, Purdue e outras farmacêuticas e distribuidoras são acusadas de estimular os médicos a receitar opioides - inicialmente reservados para pacientes com casos graves de câncer -, mesmo sabendo que eram muito viciantes.
Desde 1999, esta dependência tem levado muitos consumidores dos medicamentos a doses cada vez maiores e a adquirir substâncias ilícitas como a heroína ou o fentanil, um opiáceo sintético extremamente potente com alto risco de overdose fatal.
Quase 500.000 pessoas morreram por overdose de drogas nos Estados Unidos desde então.
Os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças, a principal agência de saúde pública do país, consideram que 90.000 pessoas morreram por overdoses de drogas em 2020, a maioria delas por opioides.