O ministro indiano de Tecnologias da Informação, Ravi Shankar Prasad, acusou o Twitter de bloquear temporariamente sua conta por ter criticado a empresa americana, no âmbito de uma disputa entre Nova Délhi e as redes sociais.
A empresa americana ficou bloqueada durante meses por uma briga sobre uma nova normativa para as redes sociais na Índia. Esta norma exige que sejam removidos e identificados aqueles que postarem mensagens que minem a soberania, a segurança, ou a ordem pública do país.
Prasad afirmou que, em "uma grave violação" das regulações indianas, foi informado, sem aviso prévio, de que sua conta havia sido bloqueada por descumprimento lei americana de direitos autorais.
Segundo ele, a conta ficou inativa por quase uma hora.
"Parece que minhas declarações desafiando as ações arbitrárias do Twitter, particularmente compartilhando trechos das minhas entrevistas em canais de televisão e seu potente impacto, criaram bolhas", tuitou Prasad quando sua conta foi restabelecida.
"As ações do Twitter indicam que eles não são os campeões da liberdade de expressão que afirmam ser, mas que estão interessados apenas em sua própria agenda com a ameaça de que, se você não seguir a linha que eles traçaram, vão remover você arbitrariamente de sua plataforma", acrescentou.
A firma americana não estava imediatamente disponível para dar sua versão.
Empresas de redes sociais e ativistas pelos direitos à privacidade temem que a imprecisão das novas regras indianas possa levar à identificação forçada dos autores de mensagens críticas ao governo.
Na semana passada, um diretor do Twitter na Índia foi intimado pela polícia por suspeita de alimentar tensões sectoriais, depois que o vídeo de um ataque a um muçulmano se tornou viral na plataforma.
Em maio, a polícia visitou os escritórios da companhia na Índia, para adverti-los de que haviam removido a hashtag de "mídia manipulada", colocada em um tuíte do porta-voz do partido do governo. A empresa respondeu, acusando as autoridades de "táticas de intimidação".