Centenas de manifestantes pró-democracia foram às ruas de Bangcoc nesta quinta-feira (24/6) para relembrar o aniversário da revolução de 1932 que acabou com a monarquia absoluta.
Os manifestantes, entre eles vários líderes do movimento, acusados de crime de lesa-majestade e soltos sob fiança, marchavam em direção ao Parlamento da capital tailandesa. A multidão desafiou a proibição de protestos imposta após uma nova onda de contágios por covid-19 que começou em abril.
"Nunca tivemos uma verdadeira democracia", lamentou Som, uma estudante de 16 anos.
"Não tenho medo do coronavírus (...) e o governo deve ser considerado culpado pela situação atual, porque não forneceu vacina suficiente para a população", acrescentou.
Apesar das promessas das autoridades, a vacinação avança muito lentamente. Menos de seis milhões de tailandeses receberam a primeira dose.
Outros manifestantes levavam cartazes pedindo a "abolição do 112", uma referência ao artigo do crime de lesa-majestade que pune com até 15 anos de prisão difamações, críticas e insultos ao rei e a sua família.
No auge do movimento de protesto, no ano passado, dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas da capital tailandesa para pedir a renúncia do primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha, assim como uma nova Constituição e reforma da monarquia. Até então, este tema era considerado um tabu no país, onde a família real se considera intocável.
Desde os protestos, cerca de 150 pessoas foram acusadas, a maioria por crimes de lesa-majestade.
O movimento se enfraqueceu nos últimos meses, devido à pandemia do coronavírus, mas as manifestações continuam sendo organizadas, ainda que de forma esporádica.