As vacinas contra a covid-19 são gratuitas para todos os adultos a partir desta segunda-feira (21/6) na Índia, e seu primeiro-ministro Narendra Modi aproveitou o Dia Internacional do Ioga para exaltar as supostas virtudes "protetoras" desta atividade contra o novo coronavírus.
"Quando falo com quem está na linha de frente, me dizem que adotaram o ioga como um escudo protetor em sua luta contra o coronavírus. Os médicos se fortaleceram, graças ao ioga, e estão recorrendo a ele para tratar seus pacientes", afirmou o primeiro-ministro Narendra Modi em discurso à nação.
Desde o início da pandemia, o governo do nacionalista Modi não parou de elogiar as supostas virtudes do ioga e dos tratamentos à base de plantas medicinais contra o vírus. Estas afirmações são postas em xeque por cientistas de seu país.
No mês passado, vários médicos usaram braceletes pretos para protestar contra a tese do popular guru Baba Ramdev, próximo ao governo Modi. Ele afirma que o ioga pode prevenir a covid-19 e acusa a medicina convencional de causar a morte de milhares de pacientes com coronavírus.
Pelo segundo ano consecutivo, o dia internacional desta popular disciplina secular da Índia foi celebrado de forma discreta. A diferença em relação a 2020 é que, agora, seus praticantes voltam a aproveitar parques e jardins públicos, reabertos nesta segunda-feira (21/6) em Nova Délhi.
Em 2014, as Nações Unidas aprovaram a proposta de Modi para a criação deste dia internacional durante o solstício de junho, o dia mais longo do ano no hemisfério norte.
Coincidindo com esta celebração, a Índia abriu a vacinação gratuita para todos os adultos na esperança de impulsionar a campanha de imunização. Até agora, o país vacinou completamente apenas 4% de seu 1,1 bilhão de adultos.
Desde 1º de maio, a vacinação estava aberta para menores de 45 anos, mas estados e hospitais privados do país tinham de procurar e pagar eles mesmos as injeções para esse grupo mais jovem.
"A campanha deve se acelerar (...) A vacinação diária foi reativada na semana passada e deve se reforçar", disse à AFP Rajib Dasgupta, especialista em saúde pública.
Nos últimos meses, a campanha se desacelerou consideravelmente na Índia, devido à falta de doses e às dúvidas da população, apesar de uma letal segunda onda da pandemia que atingiu o país entre o final de março e meados de maio.
As restrições à mobilidade e às atividades aprovadas permitiram frear o contágio, embora sua flexibilização progressiva faça temer a irrupção de uma terceira onda.