O partido do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, apresentou nesta quinta-feira emendas legislativas para proibir a "promoção" da homossexualidade ou da mudança de sexo entre menores, de acordo com texto publicado no site do Parlamento.
Cinco ONGs, como a Anistia Internacional e a Budapest Pride, denunciaram “essa nova proposta” do Fidesz, semelhante à lei russa que pune qualquer ato de “propaganda” homossexual dirigido aos mais jovens.
Na prática, os programas educativos ou as propagandas de grandes grupos que se solidarizam com os gays, como a da Coca-Cola que gerou pedidos de boicote em 2019, não seriam mais autorizados, segundo o documento, consultado pela AFP. O mesmo aconteceria com os livros sobre o assunto, como uma coleção de contos que desdramatizam a homossexualidade e irritaram autoridades em 2020.
Se essas cláusulas forem aprovadas, "a liberdade de expressão e os direitos das crianças seriam severamente restringidos”, alertaram as ONGs, que acusam a Hungria de “copiar modelos ditatoriais que vão de encontro aos valores europeus”. "O governo se volta contra seus próprios cidadãos, seguindo o exemplo da Rússia e da China", argumentaram.
A nova ofensiva contra a população LGBT ocorre em um contexto de endurecimento da política de Viktor Orban, que defende o que considera valores cristãos tradicionais e promove uma "nova era" cultural. Em dezembro passado, o Parlamento aprovou um pacote legislativo que incorpora a noção tradicional de família e "gênero" à Constituição e proíbe casais do mesmo sexo de adotar crianças.
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