O pré-candidato à Presidência da Nicarágua Félix Maradiaga foi detido nesta terça-feira (8) após comparecer ao Ministério Público, que iniciou uma investigação contra ele por atos contra a soberania, terrorismo e por aplaudir sanções, informou a Procuradoria.
A Polícia Nacional detalhou que Maradiaga "está sendo investigado por praticar atos que atentam contra a independência, a soberania e a autodeterminação, incitar a ingerência estrangeira nos assuntos internos e pedir intervenções militares", afirmou a entidade em outro comunicado da Procuradoria.
Ele também é acusado de "organizar-se com financiamento de potências estrangeiras para realizar atos de terrorismo e desestabilização", acrescentou a polícia.
Após a prisão do terceiro aspirante da oposição à Presidência nicaraguense em 10 dias, os Estados Unidos reagiram chamando o atual presidente Daniel Ortega de "ditador".
Essa detenção "deve resolver qualquer dúvida remanescente sobre as credenciais de Ortega como ditador", disse no Twitter a chefe da diplomacia norte-americana para as Américas, Julie Chung. "A comunidade internacional não tem escolha a não ser tratá-lo como tal."
As acusações atribuídas a Maradiaga estão contempladas na Lei de Defesa dos Direitos do Povo, da Soberania e de Agentes Estrangeiros, aprovada em dezembro.
Além das denúncias feitas pela polícia, a Procuradoria investiga Maradiaga por descumprir "gravemente" e "desvirtuar" as finalidades e objetivos do Instituto de Estudos Estratégicos e Políticas Públicas (IEEPP).
Essa ONG foi encerrada no final de 2018 pelo Parlamento, junto com outras organizações críticas ao governo.
Maradiaga, de 44 anos, é o terceiro pré-candidato a ser detido no contexto das eleições programadas para 7 de novembro, após a prisão da jornalista Cristiana Chamorro e do ex-diplomata Arturo Cruz.
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