O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu os esforços do bloco para alcançar um difícil acordo com a China sobre a proteção de investimentos, antes dos encontros que terá com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Michel se reunirá com Biden na reunião de cúpula do G7 no fim de semana na Cornualha, antes de recebê-lo em Bruxelas na próxima semana para negociações entre Estados Unidos e União Europeia.
Ele enfatizou que os esforços de Biden para reparar os laços com a UE marcam um retorno a uma "associação forte", depois da tensão durante a administração de Donald Trump.
Michel insistiu que a Europa não deixará de lado "nossos valores fundamentais, nossas liberdades fundamentais e os direitos humanos" em suas negociações com uma China cada vez mais assertiva.
Mas defendeu o longo esforço da UE para negociar um "Acordo Integral de Investimento" com a China, adiado pelas recentes disputas sobre as sanções provocadas por questões de direitos humanos.
"Queremos reequilibrar nossa relação econômica com a China", disse.
"Nos últimos anos, decidimos facilitar o acesso ao nosso mercado único", declarou, em referência às recentes investidas econômicas da China na Europa.
"Mas há falta de reciprocidade e falta de equidade. Por isso tentamos no ano passado acelerar as negociações em relação a este acordo de investimentos", explicou o belga.
"Sei que há um debate democrático na Europa sobre a questão deste acordo de investimentos, mas estou pessoalmente convencido de que o que está sobre a mesa é um grande passo na direção correta", completou.
Comissão Europeia e China deram a aprovação política ao ambicioso acordo sobre investimentos no fim do ano passado, depois de sete anos de árduas negociações, graças ao impulso final da Alemanha.
Mas a Comissão suspendeu os esforços para assegurar a ratificação do acordo depois que a China adotou sanções e proibições de visto a legisladores e acadêmicos europeus.
O acordo também surpreendeu o governo dos Estados Unidos, já que a administração Biden espera reunir seus aliados tradicionais para ajudar a conter o avanço da China