Tiananmen

China bloqueia rede social por mensagem sobre repressão da Praça da Paz Celestial

As autoridades prenderam este ano várias pessoas em Hong Kong que tentaram recordar a data, depois que a tradicional vigília anual foi proibida

A rede social Xiaohongshu foi bloqueada após a publicação de uma mensagem no aniversário da repressão das manifestações de 1989 na Praça Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim, em uma intensificação da censura chinesa a respeito da data.

A página no Weibo da Xiaohongshu, uma plataforma na qual os participantes compartilham informações de viagens e compras, publicou uma mensagem em 4 de junho que afirmava "diga em voz alta, a data de hoje é ...!", segundo capturas de tela divulgadas em outras redes sociais.

A data marcou o 32º aniversário da repressão. Não ficou claro se a mensagem se referia a Tiananmen, pois a página publica textos similares às sextas-feiras, para marcar o fim de semana.

A página, apoiada pelos sites populares Tencent e Alibaba, estava fora do ar nesta segunda-feira, quatro dias depois da mensagem, e em seu lugar havia um aviso do Weibo sobre a retirada após uma advertência "por violar leis e regulamentos".

A repressão em Tiananmen é um tema altamente sensível para o regime comunista da China, que tenta apagar o tema da memória coletiva.

Em 4 de junho de 1989, soldados chineses abriram fogo contra manifestantes reunidos na praça de Pequim e acabaram com uma onda de protestos de várias semanas, com pedidos de abertura política e do fim da corrupção.

Centenas de pessoas morreram na repressão, mas alguns analistas acreditam que o número pode ter superado mil vítimas.

As autoridades prenderam este ano várias pessoas em Hong Kong que tentaram recordar a data, depois que a tradicional vigília anual foi proibida.

A AFP pediu a Xiaohongshu um comentário sobre a suspensão da página, mas não recebeu uma resposta até o momento.

O aplicativo inclui uma função de compras que permite que algumas marcas vendam produtos diretamente aos seguidores.

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