Itália

Chanceleres do G20 querem reforçar multilateralismo no pós-pandemia

A primeira reunião presencial, após um ano e meio de pandemia, tem a participação de uma centena de delegações, organizações e instituições internacionais

Agência France-Presse
postado em 29/06/2021 10:37 / atualizado em 29/06/2021 10:38
 (crédito: Tony Vece / ANSA / POOL / AFP)
(crédito: Tony Vece / ANSA / POOL / AFP)

Os ministros das Relações Exteriores dos 20 países mais ricos do mundo, reunidos nesta terça-feira (29/6) em Matera, sul da Itália, consideraram "crucial" reforçar o multilateralismo para enfrentar a crise provocada pela pandemia de covid-19.

A reunião, com a presença do secretário de Estado americano, Antony Blinken, acontece na emblemática Matera, patrimônio da humanidade por suas casas rupestres escavadas na rocha.

"A cooperação multilateral será crucial para nossa capacidade coletiva de acabar com a crise de saúde global", afirmou Blinken durante a cerimônia de abertura.

A declaração representa uma mudança radical de posição dos Estados Unidos em comparação com a administração anterior, de Donald Trump.

"É um princípio que devemos aplicar a partir de agora para fortalecer a segurança da saúde mundial, de modo que possamos detectar, prevenir e responder da melhor maneira as futuras crises de saúde", advertiu.

"Para acabar com a pandemia, precisamos de mais vacinas. A iniciativa multilateral Covax garante que as vacinas sejam distribuídas de maneira justa e cheguem aos países que mais precisam", completou.

"Ações urgentes" 


A reunião, a primeira presencial após um ano e meio de pandemia, tem a participação de uma centena de delegações, organizações e instituições internacionais, assim como representantes da África, um continente gravemente afetado pela pobreza e pela propagação do vírus.

Convidado para a reunião, o ministro das Relações Exteriores da República Democrática do Congo, Christophe Lutundula, pediu "ações urgentes" para "reverter a tendência atual" na África.

O ministro considera que é necessário "produzir as vacinas em nível local", assim como aumentar "a capacidade de testes nos países que não contam com os produtos, ou laboratórios adequados".

"Apenas dessa maneira conseguiremos ajudar os países africanos a resistir ao impacto da covid e reativar suas economias pelo bem da comunidade internacional", concluiu.

O ministro italiano Luigi Di Maio, cujo país exerce a presidência do G20, também se pronunciou a favor de um "multilateralismo efetivo com a mediação da ONU". Ele recordou que seu país foi "um dos primeiros a pedir uma aliança internacional para responder a pandemia".

"A presidência italiana do G20 (…) estabeleceu como objetivo, por meio do multilateralismo, combater o impacto sanitário, social e econômico da pandemia para promover uma recuperação sustentável, inclusiva e resiliente", resumiu.

As ausências mais notáveis são os ministros de China, Brasil e Austrália, enquanto Rússia e Coreia do Sul estão representados por seus vice-ministros das Relações Exteriores.

A segurança alimentar também será parte de uma sessão conjunta entre os ministros das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, organizada pela primeira vez no âmbito de uma conferência ministerial do G20, com o objetivo de retomar a luta para erradicar a fome até 2030.

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