Ao menos quatro pessoas morreram do desabamento de um edifício residencial perto de Miami Beach e as equipes de emergência procuram 159 desaparecidos, incluindo muitos latino-americanos.
"Estamos sem notícias de 159 pessoas. Além disso, confirmamos que o balanço de mortes subiu para quatro (...) tomei conhecimento ao acordar que retiraram três corpos dos escombros", afirmou Daniella Levine Cava, prefeita do condado de Miami-Dade.
"Sabemos o paradeiro de 120 pessoas, o que é uma notícia muito boa", disse.
As autoridades afirmaram que não sabem quantas pessoas estavam no prédio no momento do colapso, que aconteceu na madrugada de quinta-feira (24/6).
"Continuaremos as operações de busca e resgate porque ainda temos a esperança de encontrar pessoas com vida", disse a prefeita.
Levine Cava destacou que aos integrantes das equipes de resgate "estão motivados com a perspectiva de encontrar pessoas. Temos que obrigá-los a respeitar o rodízio, o que demonstra como sua motivação é forte".
Quase 55 apartamentos do edifício, em frente ao mar na cidade de Surfiside, ao norte de Miami Beach, foram afetados pelo colapso, segundo o vice-comandante do corpo de bombeiros de Miami-Dade, Ray Jadallah.
A imprensa local informou que o prédio foi construído em 1981 e tinha 130 apartamentos.
"Uma parte do edifício caiu completamente. Não existe mais", disse Nicolás Fernández, um argentino de 29 anos que mora em Miami e aguardava notícias de amigos que estavam no apartamento de sua família no imóvel.
"Não sei se estão vivos", afirmou à AFP.
Bombeiros e policiais, com a ajuda de drones e cães farejadores, trabalharam durante a madrugada.
O presidente Joe Biden declarou emergência e ordenou o envio de ajuda federal para os trabalhos de busca.
"A ação do presidente dá autoridade ao Departamento de Segurança Interna e à Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) para coordenar todos os esforços de resgate", afirmou a Casa Branca em um comunicado.
O senador republicano da Flórida Marco Rubio informou que os estrangeiros são "quase um terço dos desaparecidos", incluindo muitos latino-americanos.
A irmã da primeira-dama do Paraguai, Sophía López Moreira, seu marido e os três filhos, assim como uma empregada, estão entre os desaparecidos, informou o chanceler Euclides Acevedo.
Também são desconhecidos os paradeiros de nove argentinos e três uruguaios, de acordo com fontes dos respectivos consulados.
A esperança diminui
Em um centro comunitário em Surfside, parentes dos desaparecidos choravam e aguardavam por notícias. Inquilinos do edifício que não estavam no prédio no momento da tragédia descobriram que ficaram sem casa.
Erick de Moura, 40 anos, passou a noite de quarta-feira na casa da namorada.
"Acabo de retornar e a cena é impactante", disse. "Há muita dor. Me sinto abençoado por estar vivo".
No edifício moravam residentes de tempo integral e pessoas que passavam apenas temporadas, o que dificulta determinar o número exato de desaparecidos.
"A esperança persiste, mas está diminuindo", declarou a comissária do condado de Miami-Dade, Sally Heyman, ao canal CNN.
Alguns moradores conseguiram escapar pelas escadas, enquanto outros foram resgatados das varandas.
"É uma situação realmente trágica (...) Estamos nos preparando para notícias ruins com a destruição que estamos vendo", disse o governador da Flórida, Ron DeSantis.
O prefeito de Surfside, Charles Burkett, afirmou que ainda não sabe o que provocou o colapso do prédio.
"É como se uma bomba tivesse explodido, mas temos certeza que uma bomba não explodiu, aconteceu outra coisa".
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