O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinian, venceu com ampla vantagem as legislativas antecipadas celebradas no domingo (20/6), de acordo com os resultados oficiais preliminares, contestados por seu principal rival, Robert Kocharian, que denuncia fraudes.
O partido Contrato Civil de Pashinian obteve 53,9% dos votos, o que permitirá a continuidade de seu líder à frente do Executivo e a formação do governo sem a necessidade de aliança.
O bloco Armênia de Robert Kocharian recebeu 21% dos votos.
Nas eleições legislativas de 2018, Pashinian venceu com mais de 70% dos votos.
Muitos analistas temem protestos e incidentes após uma campanha eleitoral tensa, com a polarização da sociedade armênia poucos meses após a derrota militar para o Azerbaijão no conflito de Nagorno Karabakh.
"Já sabemos que conseguimos uma vitória contundente nas eleições e que teremos maioria significativa no Parlamento", afirmou Pashinian.
Os simpatizantes do primeiro-ministro celebraram o resultado, enquanto o partido de Kocharian contestou os resultados parciais.
"O bloco Armênia estabelece como objetivo examinar de maneira detalhada as supostas fraudes e as denúncias. E, enquanto estas perguntas não obtiverem respostas satisfatórias, o bloco não reconhecerá o resultado das eleições", afirmou em um comunicado.
Pashinian, de 46 anos e que já foi jornalista, chegou ao poder em 2018, após uma revolução pacífica contra as velhas elites corruptas do país. Kocharian, de 66 anos, acusa-o de incompetência.
A popularidade recorde de Pashinian registrou forte queda, depois que a Armênia foi derrotada na guerra contra o Azerbaijão em 2020.
Após seis semanas de combates que deixaram mais de 6.500 mortos, Yerevan teve de ceder territórios que controlava desde um confronto bélico nos anos 1990 por Nagorno Karabakh, uma região separatista do Azerbaijão habitada sobretudo por armênios.
Crise política
Encarada como uma humilhação, a derrota provocou uma crise política na Armênia e obrigou Pashinian a convocar eleições legislativas antecipadas, com a esperança de reduzir a tensão e reforçar sua legitimidade.
Muitos antigos simpatizantes chamam-no de "traidor" por aceitar o cessar-fogo e, agora, inclinam-se para seus adversários.
Outros partidos, entre os 25 que participaram das eleições, têm chances de entrar no Parlamento.
Durante a semana, Pashinian pediu aos compatriotas para obter um "mandato de aço" e advertiu contra uma "guerra civil".
"Somos uma equipe que, ao contrário da atual administração, tem experiência, conhecimento, força e vontade", afirmou Kocharian na sexta-feira.
Presidente de 1998 a 2008 desta ex-república soviética pobre, Kocharian já foi acusado em outras ocasiões de fraude eleitoral e é objeto de uma investigação por acusações de corrupção.
Dois partidos, incluindo o de Kocharian, denunciaram irregularidades.
"Globalmente, as eleições aconteceram de acordo com a lei", afirmou a Comissão Eleitoral Central.
Quase 50% dos 2,6 milhões de eleitores compareceram às urnas para definir 101 deputados para um mandato de cinco anos.
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