O primeiro presidente da República da Zâmbia, Kenneth Kaunda, pai da independência do outrora protetorado britânico, que presidiu por quase três décadas, morreu nesta quinta-feira (17) aos 97 anos, anunciou o governo.
"Morreu pacificamente" no hospital, declarou o secretário do governo, Simon Miti, à televisão nacional. Foi decretado um luto nacional de 21 dias.
O ex-chefe de Estado ingressou em um hospital militar da capital Lusaka na segunda-feira por causa de uma pneumonia.
O atual presidente, Edgar Lungu, expressou sua "grande tristeza" em uma mensagem publicada no Facebook. "Você se foi quando menos esperávamos", disse, lamentando o desaparecimento de um "verdadeiro ícone africano".
Apelidado de "Gandhi africano" pelo seu ativismo não-violento, Kenneth Kaunda conduziu a antiga Rodésia do Norte para a independência, sem derramamento de sangue, em outubro de 1964.
Reivindicando ser partidário do socialismo e próximo a Moscou, dirigiu o país durante 27 anos, em grande parte sob um regime de partido único, cuja má gestão provocou uma grave crise econômica e social. Após protestos violentos, ele aceitou organizar eleições livres em 1991 e foi derrotado.
Enquanto esteve no poder, apoiou inúmeros movimentos a favor da independência ou da igualdade dos negros em outros países da região, como o Congresso Nacional Africano (ANC) na África do Sul.
Desde sua saída, no ano 2000, interveio na resolução de crise em países como Quênia, Zimbábue, Togo e Burundi, e também se comprometeu com o combate à aids, depois de anunciar que um de seus filhos morreu dessa doença.
Sua saúde deteriorou desde a morte de sua esposa Betty, com quem teve nove filhos, em setembro de 2012.
© Agence France-Presse
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