O Peru elevou, nesta segunda-feira (31), o balanço oficial de mortos na pandemia de coronavírus de 69.000 para 180.000, por recomendação de um grupo técnico, anunciou a número dois do governo, Violeta Bermúdez.
O número, atualizado em 22 de maio, é de 180.764 mortos na pandemia, disse Violeta em coletiva de imprensa, depois de receber a recomendação do grupo técnico composto por especialistas peruanos e organizações internacionais. O balanço oficial anterior era de 69.342 mortos até este domingo.
Com o número de mortos anteriores, o Peru era o país que tinha a 13ª maior taxa de mortalidade na pandemia mundial, com 2.103 mortes por milhão de habitantes, segundo contagem elaborada pela AFP com cifras oficiais.
Com a atualização, o Peru passa a ser o país com maior taxa de mortalidade do mundo, com 5.484 mortes por milhão de habitantes, longe das 3.077 mortes do segundo, a Hungria.
Com 33 milhões de habitantes, o país andino registra mais de 1,9 milhão de infecções e enfrentou uma escassez aguda de oxigênio medicinal nos meses anteriores.
Sete novos critérios
O grupo propôs modificar os critérios de registro de óbitos na pandemia após determinar que "a metodologia atual tem duas limitações que geram subnotificação no número de mortes por covid-19".
A partir de agora, o balanço registrará como casos de "morte por covid-19" aqueles que atenderem a sete critérios técnicos estabelecidos, incluindo infecções confirmadas, mas também um "caso provável" que "apresente vínculo epidemiológico com um caso confirmado".
Também será considerado como óbito na pandemia "o caso suspeito de covid-19 que apresentar quadro clínico compatível com a doença", entre outros.
"Graças ao trabalho desta equipe [...] teremos números mais exaustivos e números que serão muito úteis para monitorar a pandemia e tomar as medidas adequadas para enfrentá-la", afirmou Violeta.
O grupo técnico foi integrado por especialistas de entidades públicas e privadas peruanas e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Vacinação
Bermúdez indicou que “este relatório confirma que a reorientação que fizemos para vacinar os idosos, começando pelos adultos com mais de 80 anos, foi a decisão correta”.
No entanto, o ministro da Saúde, Óscar Ugarte, disse na mesma coletiva de imprensa que o relatório do grupo técnico “não tem de impactar no processo de vacinação, [porque] são processos diferentes”.
O Peru começou a vacinação em 9 de fevereiro, mas a campanha avançou lentamente, cercada de polêmicas políticas, e até agora atinge apenas 5% da população adulta.
O Peru enfrenta os ataques da segunda onda da pandemia desde dezembro, com um registro de quase 13.000 infecções em 1º de abril.
Nos hospitais peruanos existem agora 11.988 pacientes com covid-19, mas o sistema de saúde teve uma pausa porque a ocupação dos leitos está em repouso após atingir um pico de 15.547 em 20 de abril.