O opositor russo detido Alexei Navalny disse nesta terça-feira (25/5) que é alvo de três novos processos criminais, no momento em que aumenta a pressão contra seu movimento e seus seguidores.
Em sua conta no Instagram, Navalny indicou que é acusado do desvio de "todas as doações" feitas para sua organização anticorrupção, assim como da criação de um grupo "que atenta contra os direitos das pessoas" e de insulto a uma juíza durante um processo recente.
O opositor, de 44 anos, afirma que foi visitado em sua cela por um inspetor do poderoso Comitê de Investigação, responsável pelos principais casos criminais.
"Ele me disse que, em nossa amada Rússia, três novos casos graves estão sendo investigados. E 21 investigadores do mais alto nível estão no comando. E, para todos eles, o criminoso sou eu", escreveu o ativista.
"Minha poderosa organização criminosa cresce. Estou cometendo cada vez mais crimes", ironizou, acrescentando que era "um gênio" do submundo.
Preso em janeiro ao retornar da Alemanha para a Rússia, após sofrer um grave envenenamento pelo qual acusa o Kremlin, Navalny foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de fraude que remonta a 2014. Por muitos, a sentença foi uma manobra política.
Agora, cumpre pena em uma prisão na região de Vladimir, a cerca de 100 quilômetros de Moscou. Em abril, declarou-se em greve de fome para denunciar as condições de sua detenção.
Após sua prisão, que gerou protestos de seus apoiadores reprimidos pela polícia, as autoridades russas aumentaram a pressão sobre o movimento anticorrupção de Navalny.
No momento, a Justiça russa examina um processo para classificar o Fundo Anticorrupção (FBK) e os escritórios regionais de Navalny como "extremistas", algo que pode resultar em duras penas para seus colaboradores.
Com as eleições legislativas de setembro se aproximando, o Parlamento russo (Duma) deve aprovar, nesta terça-feira (25/5), em segundo turno, uma lei que proíbe pessoas ligadas a organizações "extremistas" de se candidatarem.
A equipe de Alexei Navalny denuncia uma manobra, cujo objetivo é privar seus partidários de participarem das eleições, em um momento em que a popularidade do partido de Vladimir Putin se encontra em claro declínio pela estagnação econômica do país.