Economia

Legisladores divergem sobre infraestrutura e comissão sobre ataque ao Capitólio

As negociações de infraestrutura estão travadas depois que os Republicanos disseram que a contra-proposta do governo Biden não foi longe o suficiente

As perspectivas permaneciam baixas neste domingo, 23, de um acordo bipartidário sobre um projeto de lei de gastos com infraestrutura e uma comissão para investigar o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos.
As negociações de infraestrutura estão travadas depois que os Republicanos disseram que a contra-proposta do governo Biden na sexta-feira, 21, não foi longe o suficiente. E os Republicanos estão se opondo ao projeto de lei aprovado pela Camara dos Representantes de criar uma comissão independente para investigar o ataque.
Se esses impasses continuarem, os Democratas podem tentar agir por conta própria, usando as regras de reconciliação orçamentária para aprovar um pacote de impostos e gastos sem os Republicanos e atribuindo as investigações de 6 de janeiro aos comitês do Congresso que controlam.
A senadora Susan Collins (Republicanos, Maine), uma importante republicana cujo voto provavelmente seria necessário para acordos bipartidários em ambas as medidas, disse que a insistência do governo nos gastos sociais torna um projeto de infraestrutura difícil de alcançar.
"As negociações devem continuar, mas é importante observar que há uma diferença fundamental aqui e no cerne das negociações que é definir o escopo do projeto de lei: o que é infraestrutura?", disse Susan, em entrevista ao programa "This Week", da ABC, neste domingo. "Acho que ainda estamos bem distantes."
Oficiais da Casa Branca trocaram propostas na semana passada com um grupo de senadores Republicanos liderados por Shelley Moore Capito (Republicanos, West Virginia). A última proposta da Casa Branca reduziu os gastos propostos de US$ 2,3 trilhões para US$ 1,7 trilhão. Isso ainda é mais do que o triplo da proposta do Partido Republicano, e o governo continuou a enfatizar a importância de incluir financiamento para norte-americanos idosos e deficientes.
"O investimento humano é importante para o presidente", disse Cedric Richmond, um assessor da Casa Branca, no programa "State of the Union", da CNN, neste domingo. "Ele não vai deixar a inação ser a resposta final e vai continuar a investir no povo e na infraestrutura norte-americanos para que possamos vencer amanhã." Os Republicanos dizem que preferem manter uma proposta menor e mais focada em itens como estradas, pontes, portos e banda larga.
Richmond disse que o presidente está disposto a permitir que as negociações bipartidárias continuem. Mesmo que as partes concordassem sobre tamanho e composição, estão distantes sobre como pagar por isso. Os Republicanos estão mais interessados em taxas de uso e reaproveitamento de dinheiro não utilizado, enquanto o governo Biden defende um aumento de impostos corporativos que reverteria grande parte da lei tributária de 2017.
As discussões em torno do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio também parecem improváveis de avançar. A Câmara aprovou um projeto de lei na quarta-feira que criaria uma comissão independente. "Devemos estar juntos de uma forma bipartidária para fazer uma investigação completa para ter certeza de que a segunda vez na história norte-americana que nosso Capitólio foi tomado é a última", disse o senador Cory Booker (Democratas, New Jersey) na CNN.
Essa medida obteve 35 votos Republicanos na Câmara, mas os líderes e senadores do Partido Republicano consideraram o painel desnecessário e duplicado nos esforços de aplicação da lei. Collins disse que apoia uma comissão, mas quer garantir que sua equipe seja contratada de forma bipartidária e que seu trabalho seja concluído este ano.
O senador Roy Blunt (Republicanos, Montana) disse que é muito cedo para criar uma comissão e que já há trabalho bipartidário acontecendo. "A prioridade é proteger o Capitólio, fazer o que precisamos fazer para treinar melhor, preparar melhor a polícia do Capitólio, decidir o que queremos fazer no futuro", disse ele na Fox News neste domingo. "Ou a prioridade é fazer o que levará alguns anos, na minha opinião, para decidir o que aconteceu dentro da Casa Branca?"