Internacional

ONU pede solução das 'causas profundas' do conflito Israel-palestinos

"Não devemos nos limitar a adotar uma abordagem de reconstrução (...), devemos ter um enfoque mais amplo centrado no desenvolvimento humano", declarou

Gaza, Territórios palestinos -A Organização das Nações Unidas pediu, neste domingo (23), uma reconstrução duradoura da Faixa de Gaza e para solucionar as "causas profundas" do conflito palestino-israelense para devolver a "esperança" e evitar novas "destruições" após os onze dias de confrontos.

Quando a vida tenta voltar à normalidade no enclave palestino, onde os serviços públicos recolhem os escombros e os comerciantes avaliam as perdas que os bombardeios ocasionaram, uma missão da ONU tenta calcular os danos do recente conflito.

Além das milhares de casas destruídas, das estradas danificadas, dos danos a curto prazo nas infraestruturas de tratamento de água, também reaparecem os traumas psicológicos dos bombardeios e a questão do futuro de Gaza e da Palestina no geral.

"Não devemos nos limitar a adotar uma abordagem de reconstrução (...), devemos ter um enfoque mais amplo centrado no desenvolvimento humano", declarou à AFP Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA).

"Isso que dizer que deve ser acompanhado de um processo político real", acrescentou Lazzarini, destacando a necessidade de evitar uma "normalidade artificial" em Gaza, onde seus dois milhões de habitantes dependeriam da ajuda, sem futuro, "até o próximo episódio de violência".

O responsável defendeu a abordagem das "causas profundas" do conflito palestino-israelense, o que significaria, por exemplo, o levantamento do bloqueio imposto desde 2007 por Israel a este território palestino, e para dar um "sentido ao futuro".

"Talvez houve [menos casas destruídas do que durante o conflito de 2014]", acrescentou Lynn Hastings, coordenadora da ajuda humanitária para os Territórios Palestinos, cujo escritório estima em 1.000 o número de negócios ou casas "completamente destruídos".

Mas "uma coisa que eu ouvi é que as pessoas de Gaza estão mais traumatizadas do que nunca (...), muita gente sem esperança" e isso "realmente deve ser levado em consideração", acrescentou.