O chefe do grupo extremista islâmico Boko Haram, Abubakar Shekau, ficou gravemente ferido quando tentou cometer suicídio para evitar ser capturado por rivais ligados ao Estado Islâmico no nordeste da Nigéria, disseram fontes próximas aos serviços de inteligência.
Após uma série de confrontos com combatentes do grupo rival Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP), Abubakar Shekau e vários de seus homens foram cercados na quarta-feira (19/5) na floresta de Sambisa, explicaram as fontes.
"Para evitar ser capturado, Shekau disparou uma bala no peito. A bala atravessou seu ombro. Ele está gravemente ferido", afirmou uma das fontes.
Alguns de seus combatentes conseguiram escapar e levá-lo com eles, disse a fonte.
Outra fonte da inteligência informou à AFP que Abubakar Shekau ficou gravemente ferido depois de detonar explosivos na casa onde estava escondido com seus capangas.
"Estamos investigando", declarou o porta-voz do Exército nigeriano, Mohammed Yerima, quando questionado pela AFP.
O nordeste da Nigéria é palco de uma insurreição extremista islâmica há mais de dez anos. Este conflito, que começou com ataques do Boko Haram em 2009, causou mais de 40.000 mortes e forçou 2 milhões de pessoas a deixarem suas casas.
A violência se espalhou para os vizinhos Níger, Chade e Camarões.
Abubakar Shekau e seu grupo sequestraram em 2014 quase 300 adolescentes de uma escola feminina em Chibok, causando indignação em todo o mundo. Desde o início da insurreição, o líder terrorista foi dado como morto em várias ocasiões.
Em 2016, o grupo se dividiu, com a facção histórica de um lado - liderada por Shekau-, que controla a área de Sambisa, e a facção ISWAP, reconhecida pelo grupo Estado Islâmico e que tem seu reduto ao redor do Lago Chade.
Ambos os grupos lutam contra o Exército nigeriano e entre si pelo controle do território. Nos últimos anos, o ISWAP vem ganhando força e território, lançando ataques mais sofisticados.