A prefeita de Chicago, a democrata Lori Lightfoot, selecionou jornalistas pertencentes a minorias para entrevistas individuais por ocasião do segundo aniversário de sua eleição.
A polêmica decisão foi justificada pela falta de diversidade entre os jornalistas que cobrem a prefeitura.
Em uma carta enviada à imprensa local e publicada por vários jornais americanos, esta ex-advogada de 58 anos diz querer "quebrar o status quo".
"Desde o primeiro dia da minha campanha em 2018, fiquei impressionada com a proporção ultradominante de pessoas brancas e de homens na imprensa de Chicago, entre os chefes de redação, jornalistas políticos e aqueles que cobrem a prefeitura, em particular", escreveu.
"É uma pena que, em 2021, os jornalistas credenciados para cobrir a prefeitura sejam muito majoritariamente brancos, em uma cidade onde mais da metade dos habitantes é negra, hispânica, de origem asiática, ou indígena", tuitou.
O anúncio recebeu uma onda de críticas, algumas virulentas.
A Associação Nacional de Jornalistas Negros saudou a "sensibilidade" de Lightfoot para "a falta de diversidade entre aquelas e aqueles que cobrem as comunidades locais", mas disse que "não pode apoiar esta tática", que se afasta de seu "compromisso a favor da diversidade em geral, da igualdade e da inclusão".
O jornalista de origem hispânica Gregory Pratt, que cobre a prefeitura para o jornal "Chicago Tribune", foi um dos escolhidos por Lightfoot para uma entrevista. No Twitter, ele anunciou, porém, que aceitaria apenas se as condições impostas pela prefeita fossem suspensas.
Lightfoot se recusou a suspender as restrições, e o jornalista decidiu não fazer a entrevista.
"Os políticos não escolhem quem vai cobri-los", tuitou.