Um tribunal russo condenou a dez anos de prisão um jovem acusado de planejar cometer um massacre em um estabelecimento de ensino - informaram autoridades locais nesta quarta-feira (19/5), uma semana depois de um tiroteio fatal em uma escola.
O comitê de investigação da região de Bouriatie disse que o suspeito, de 20 anos, foi declarado culpado por "fabricação ilegal de explosivos" e de "preparação" para cometer múltiplos homicídios.
Segundo este poderoso órgão de investigação, a partir de novembro de 2018, o réu consultou inúmeras informações na Internet relacionadas a massacres em escolas.
Depois disso, decidiu cometer "um crime similar" em um estabelecimento técnico na cidade de Ulan-Ude, ativando dispositivos explosivos e usando uma arma de fogo "para matar alunos e professores", relatou o comitê.
Segundo essa fonte, o acusado testou seus artefatos, explodindo uma casa abandonada. Também propôs a três pessoas que participassem de seu projeto, mas, conforme o comitê de investigação, elas se negaram a fazê-lo.
O suspeito foi detido, após visitar várias vezes o estabelecimento em questão, ainda segundo a mesma fonte, e terá de cumprir sua pena em uma colônia penal em "regime severo".
Esta condenação acontece uma semana depois de um tiroteio que matou sete crianças e dois professores em uma escola na cidade de Kazan, no centro da Rússia. O autor do ataque, de 19 anos, foi preso e proclamou ser um "Deus".
A tragédia gerou um debate sobre o acesso às armas e a conteúdos na Internet que glorificam a violência.
O presidente Vladimir Putin pediu que as regras sobre o porte de armas sejam endurecidas. Em 2018, após um outro massacre, ele culpou a "globalização", apontado os Estados Unidos como influência na disseminação deste fenômeno de tiroteios em escolas.