Diplomacia

Rússia adverte contra ambições ocidentais no Ártico

As declarações surgem às vésperas do início de uma reunião do Conselho do Ártico, uma região que atrai cada vez mais interesses econômicos e geopolíticos

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, declarou nesta segunda-feira (17/5) que o Ártico é uma zona de influência da Rússia e alertou os países ocidentais contra suas ambições, a poucos dias de um importante fórum regional.

"Está claro para todos, há muito tempo, que esta é nossa terra, nosso território. Respondemos pela segurança do nosso litoral, e tudo o que fazemos ali é perfeitamente legal e legítimo", disse Lavrov, em entrevista coletiva.

"Quando a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tenta justificar sua ofensiva no Ártico, não é a mesma situação, e temos perguntas para os nossos vizinhos, como a Noruega, que tentam justificar a chegada da Aliança ao Ártico", afirmou, garantindo que o Grande Norte são "nossas terras e nossas águas".

As declarações surgem às vésperas do início de uma reunião do Conselho do Ártico, uma região que atrai cada vez mais interesses econômicos e geopolíticos.

A reunião inclui representantes de Rússia, Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega e Islândia.

O secretário de Estado estadunidense, Antony Blinken, deve se reunir com Lavrov pela primeira vez, antes de uma possível cúpula entre os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin em junho.

Em relação ao Ártico, Lavrov defendeu a reativação das reuniões periódicas entre os chefes de Estado-Maior dos países-membros do Conselho para "reduzir os riscos no plano militar".

De modo constante, a Rússia foi aumentando sua presença militar no Ártico nos últimos anos, reabrindo e melhorando várias bases e aeródromos abandonados desde o fim da era soviética. Também implantou ali seus sistemas de defesa aérea S-400 de última geração.

Os interesses russos se chocam com os de seus vizinhos regionais, incluindo os Estados Unidos, que, este ano, enviaram bombardeiros estratégicos para treinamento na Noruega. Em 2020, posicionaram navios no Mar de Barents, na zona econômica exclusiva da Rússia.

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