Conflito

Egito abre fronteira com Gaza para receber palestinos feridos

A passagem de Rafah é a única abertura da Faixa de Gaza para o mundo que não é controlada por Israel. O Estado hebreu impõe um bloqueio ao enclave palestino há mais de uma década

Cairo, Egito — O Egito abriu, neste sábado (15), sua fronteira terrestre com a Faixa de Gaza e enviou dez ambulâncias ao enclave palestino para evacuar e tratar os palestinos feridos nos bombardeios israelenses, informou à AFP uma fonte médica egípcia.

Cairo "abriu excepcionalmente a passagem (de Rafah) para (permitir) a entrada de dez ambulâncias egípcias na Faixa de Gaza, a fim de transportar palestinos feridos (com vistas a) tratá-los no Egito", explicou esta fonte, que pediu para permanecer anônima.

A passagem de Rafah é a única abertura da Faixa de Gaza para o mundo que não é controlada por Israel. O Estado hebreu impõe um bloqueio ao enclave palestino há mais de uma década.

Um responsável egípcio da segurança na fronteira disse que esta decisão é "excepcional" porque a passagem geralmente permanece fechada em dias feriados, incluindo durante o feriado muçulmano do Eid al-Fitr, que começou na quarta-feira e que marca o fim do mês do Ramadã.

A autoridade pública de saúde egípcia havia anunciado na sexta-feira que três centros médicos "começaram a se preparar" para receber feridos de Gaza.

De acordo com o último balanço fornecido pelas autoridades palestinas, 139 pessoas morreram, incluindo 39 crianças, e quase 1.000 ficaram feridas nos ataques aéreos e bombardeios israelenses na Faixa de Gaza desde segunda-feira. O Estado hebreu, por sua vez, registrou nove mortos, incluindo uma criança e um membro do Exército.

Israel lançou esses ataques punitivos em respostas a centenas de foguetes do Hamas, o movimento islâmico que controla a Faixa de Gaza, disparados depois que a polícia israelense feriu centenas de palestinos na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, área da cidade ocupada ilegalmente por Israel desde 1967.

Esses confrontos seguiram-se a dias de confrontos na Cidade Santa, principalmente em razão das ameaças de expulsão de palestinos de suas casas em Jerusalém Oriental em benefício de colonos judeus.

Representando a maior minoria cristã no Oriente Médio, a Igreja Copta Ortodoxa pediu neste sábado que "todas as partes" negociem "para evitar um banho de sangue".

Na sexta-feira, Ahmed al-Tayeb, o grande imã de Al-Azhar, uma instituição respeitada do Islã sunita, lançou uma campanha em apoio aos palestinos.

"Conclamo os povos do mundo e seus líderes a apoiarem o povo palestino pacífico e oprimido em sua causa legítima e justa para recuperar seus direitos, suas terras e lugares sagrados", escreveu o xeque nas redes sociais.

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