O presidente argentino, Alberto Fernández, recebeu nesta quarta-feira (12/5) o apoio do francês, Emmanuel Macron, para a renegociação da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o Clube de Paris.
"Queremos que a Argentina chegue o mais rápido possível a um acordo com o Fundo Monetário Internacional para um programa que restaure a estabilidade macroeconômica do país. Conheço seus esforços, presidente, e a França está ao seu lado", disse Macron, ao receber Fernández no Palácio do Eliseu para um almoço de trabalho.
"Também encorajamos a Argentina a negociar de forma construtiva com os credores do Clube (de Paris), de acordo com os princípios do Clube. Acredito que isso é muito importante para toda população", acrescentou o presidente francês.
O presidente argentino disse, por sua vez, ter "enormes expectativas em poder avançar com o presidente Macron", a quem agradeceu pelo apoio nas negociações com os credores.
"Em todo esse tempo, tanto nas negociações com credores privados quanto nas tarefas de negociação que realizamos com o Clube de Paris e com o FMI, a França sempre nos acompanhou", declarou o dirigente peronista.
O presidente argentino, que está em viagem pela Europa, também recebeu o apoio de Portugal e da Espanha esta semana em seus esforços devido à enorme dívida que tem com o FMI.
Sua viagem acontece três semanas após ao giro europeu de seu ministro da Economia, Martín Guzmán, que disse à AFP em Paris que conseguiu construir "apoios muito valiosos" para discutir as negociações com o FMI.
A Argentina deve reembolsar nos próximos três anos quase todos os quase US$ 45 bilhões que o FMI emprestou ao anterior governo liberal de direita de Mauricio Macri (2015-2019) para evitar, em 2018, um colapso financeiro e um default dos principais títulos estatais em dólares.
Ele também enfrenta esta ano um vencimento de US$ 2,4 bilhões com o Clube de Paris.
O governo busca pactuar um programa de extensão de crédito de até dez anos, com quatro de carência, para reembolsar o valor recebido pelo governo Macri.
Segundo Fernández, a dívida herdada é "impagável" para a Argentina, em recessão há três anos, situação agravada pela pandemia de covid-19.
Depois de Paris, Fernández segue para a Itália, onde se encontrará com o presidente Sergio Mattarella e com o primeiro-ministro Mario Draghi.
O presidente argentino também se reunirá com seu compatriota papa Francisco na Santa Sé. Sua visita coincidirá, na quinta-feira (13/5), com a presença nos palácios vaticanos da diretora do FMI, Kristalina Georgieva, para um seminário internacional, do qual participará Guzmán, membro da delegação presidencial argentina.