Olhar ampliado pelos satélites

Os satélites passaram a fazer parte da caixa de ferramentas dos arqueólogos e, graças às imagens geradas por eles, já se descobriram diversos sítios que, de outra maneira, permaneceriam escondidos pelas camadas do tempo. Recentemente, pesquisadores britânicos e sauditas descobriram as evidências mais antigas da domesticação de cães na Arábia Saudita, em uma localidade detectada por imagens de satélite combinadas a fotografias aéreas feitas de um helicóptero.

Os pesquisadores encontraram os ossos de um cachorro em um cemitério no nordeste do país, durante uma pesquisa do projeto Arqueologia Aérea do Reino da Arábia Saudita. As evidências mostram que o uso mais antigo da tumba foi por volta de 4.300 a.C., e que o local recebeu sepultamentos por pelo menos 600 anos durante o Neolítico. Os fósseis do animal foram datados entre 4,2 mil e 4 mil a.C. Essa é a primeira evidência de um cão domesticado na Península Arábica.

No cemitério, estavam 26 fragmentos ósseos de um único animal, ao lado dos esqueletos de 11 humanos — seis adultos, um adolescente e quatro crianças. Os ossos do cão apresentavam sinais de artrite, o que sugere que viveu com aquelas pessoas até a meia-idade ou a velhice. A arte rupestre encontrada na região indica que os habitantes do Neolítico usavam cachorros para caçar íbex e outros animais.