O governo "paralelo" de Mianmar, integrado por deputados destituídos que passaram para a clandestinidade, anunciou nesta quarta-feira (5/5) a formação de sua própria "força de defesa" destinada a lutar contra a junta militar.
O "governo de unidade nacional" (GUN), instaurado em abril, deseja que esta "força de defesa do povo" proteja os civis da repressão violenta do exército, afirmou o GUN em um comunicado, sem revelar detalhes sobre a forma como a força será organizada e armada.
Mianmar vive em ebulição desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro contra o governo eleito de Aung San Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz em 1991.
O exército reprimiu os protestos e quase de 770 civis morreram nos últimos três meses em ações das forças de segurança.
A junta militar afirma que o número de vítimas é muito menor e atribui a responsabilidade da violência aos que chama de "amotinados".
O GUN espera formar um "exército de união federal" que reunirá os dissidentes e facções rebeldes étnicas contrárias à junta.
Os episódios de violência prosseguem no país.
Cinco pessoas, incluindo um deputado da Liga Nacional pela Democracia, partido de Aung San Suu Kyi, morreram quando tentavam fabricar uma bomba, informou a imprensa estatal.
Várias bombas de fabricação caseira foram detonadas no país nos últimos dias, particularmente na capital econômica Yangon, mas sem deixar vítimas.