O governo sírio acusou Israel, nesta quarta-feira (5/5), de bombardear posições na província de Latáquia, no noroeste deste país em guerra, nos quais uma pessoa morreu, e outras seis ficaram feridas - informou a imprensa oficial.
Desde o início da guerra na Síria, em 2011, Israel lançou centenas de ataques em território sírio, principalmente contra posições das forças iranianas e do movimento libanês do Hezbollah, grandes aliados do regime de Damasco.
Pouco depois das 2h da madrugada desta quarta-feira, "o inimigo israelense realizou um ataque aéreo do sudoeste de Latáquia contra posições na zona costeira", disse uma fonte militar citada pela agência estatal de notícias síria Sana, sem especificar a natureza dos alvos.
A defesa aérea síria foi ativada para interceptar "mísseis" israelenses e "alguns foram destruídos".
"A agressão israelense causou a morte de um civil e deixou seis feridos, incluindo uma criança e sua mãe", segundo a fonte, que também relata danos materiais em uma fábrica de plásticos.
Os ataques israelenses na região de Latáquia, o reduto da família do presidente Bashar al-Assad, são pouco comuns.
Sana informou que mísseis foram disparados contra a área de Al Hafe em Latáquia, mas também contra uma área próxima na província vizinha de Hama.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou que os bombardeios foram dirigidos contra "posições militares" do regime sírio e militantes pró-iranianos.
Segundo a ONG, que também atribui a ação a Israel, "depósitos de armas e munições" foram alvo de ataques na zona montanhosa de fronteira entre as duas províncias.
"Quatorze combatentes" ficaram feridos nos bombardeios, segundo a mesma fonte.
Em setembro de 2018, ativada para interceptar mísseis israelenses nesta província, a defesa aérea síria abateu por engano um avião pertencente a seu aliado russo, matando os militares a bordo.
Israel avisa regularmente que não permitirá que a Síria se torne uma plataforma para as forças iranianas.
A guerra na Síria, que começou em março de 2011 como resultado da repressão às manifestações pró-democracia, complicou-se ao longo dos anos com o envolvimento de potências estrangeiras e a multiplicação de beligerantes. Mais de 388.000 pessoas morreram na década da guerra e milhões foram forçadas a se deslocar.