A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), recomendou, ontem, que os 27 Estados-membros aliviem as restrições às viagens não essenciais, desde que levem em conta o progresso das campanhas de imunização e a situação da covid-19 em diferentes países. Por meio de um comunicado, o órgão propôs “permitir a entrada na UE por motivos não essenciais não apenas de pessoas procedentes de nações com boa situação epidemiológica, mas também para as pessoas que receberam a última dose recomendada de uma vacina autorizada pela UE”. A proposta excluiria os turistas brasileiros da liberação de viagens. Até o fechamento desta edição, o Brasil registrava 14.779.529 infecções e 408.622 mortes provocadas pelo novo coronavírus.
Segundo a nota da Comissão Europeia, o surgimento de cepas do Sars-CoV-2 exigem “vigilância contínua”. “Como uma medida de contrapeso, a Comissão propõe um novo mecanismo de ‘freio de emergência’, para ser coordenado no âmbito da União Europeia e que limitaria o risco de entrada das variantes no bloco.” A ideia é permitir que os países-membros tomem ações rápidas e limitem temporariamente ao mínimo estrito todas as viagens a partir de nações afetadas pela pandemia durante o tempo necessário para a adoção de medidas sanitárias adequadas.
A orientação de suspender as restrições a viagens não essenciais para pessoas vacinadas leva em conta conclusões dos cientistas de que a imunização consideravelmente ajuda a quebrar a cadeia de transmissão. A recomendação é para que os Estados-membros aceitem a entrada de pessoas que tenham recebido a vacina pelo menos 14 dias antes do desembarque — a última dose recomendada entre aqueles imunizantes autorizados pela UE. A Comissão Europeia observou que, se os países decidirem pela dispensa de um teste de diagnóstico PCR negativo ou da realização de quarentena para viajantes de outras nações do bloco, a medida também deverá vigorar a turistas provenientes de outros continentes.
Flexibilização
Ontem, França e Grécia começaram a aliviar as medidas de restrição e de distanciamento social. Na França, depois de um mês de fechamento, as escolas do ensino médio retomaram as aulas presenciais. Também foram suspensas as restrições de circulação, que impediam os franceses de deslocamentos a mais de 10km de suas casas, exceto por motivos de força maior. Na Grécia, os cafés e restaurantes retomaram suas atividades nas áreas externas.
No Reino Unido, um show em Liverpool reuniu, no domingo, 5 mil pessoas sem máscara nem distanciamento. O evento foi autorizado pelo governo britânico para testar as medidas de segurança que deverão ser implementadas a partir de 21 de junho, quando a maioria das restrições será levantada.
Já na Alemanha, o famoso Festival da Cerveja, que ocorre de 18 de setembro a 3 de outubro em Munique (sul), foi cancelado pelo segundo ano consecutivo, pois, segundo autoridades locais, “as medidas (sanitárias) são praticamente impossíveis de aplicar” no local onde seria realizado. A Rússia, que enfrenta um recrudescimento da crise, decretou feriado até 10 de maio para conter as infecções pelo Sars-CoV-2.