Milhares de refugiados rohingya "se rebelaram", nesta segunda-feira (31/5), para denunciar suas condições de vida em Bhashan Char, uma ilha devastada por ciclones frente à costa de Bangladesh, durante a visita de uma delegação das Nações Unidas - informou a polícia local.
Até 4.000 pessoas, segundo a polícia, participaram do movimento de protesto durante uma visita de inspeção de funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
"Os rohingyas (...) se rebelaram a partir do momento em que o helicóptero dos representantes do Acnur aterrissou", disse à AFP Alamgir Hossain, o chefe da polícia local.
Os refugiados dizem que "não querem viver aqui", relatou.
"Quebraram as janelas dos depósitos com pedras. Atacaram a polícia", completou.
Um refugiado rohingya confirmou à AFP que tijolos foram atirados e que a polícia os impediu de entrar no prédio onde estava a delegação do Acnur.
A maioria desses refugiados fugiu em 2017 de seu país, o vizinho Mianmar, onde uma ofensiva militar foi lançada contra eles com "intenção genocida", segundo a ONU.
Desde dezembro, as autoridades de Bangladesh transferiram cerca de 18.000 refugiados rohingya dos acampamentos de Cox's Bazar para a ilha de Bhashan Char - um local sujeito a inundações.
O plano das autoridades prevê o translado de 100.000 rohingyas dos 850.000 que vivem nos acampamentos de Cox's Bazar.
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