O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi imprudente na reforma de seu apartamento oficial em Downing Street sem se preocupar em como as obras seriam financiadas, mas não cometeu nenhum ato ilícito, concluiu um relatório publicado sexta-feira (28/5) por um de seus assessores.
Johnson autorizou "imprudentemente" a reforma de sua residência oficial sem "ter uma visão rigorosa de como seria financiada", disse Christopher Geidt, o novo conselheiro do governo do Reino Unido responsável por garantir o cumprimento do código de ética ministerial.
No entanto, Geidt, ex-secretário pessoal da Rainha Elizabeth II, isentou o primeiro-ministro de qualquer suspeita de corrupção.
As luxuosas obras de reforma provocaram um escândalo político em abril, quando Johnson foi acusado de querer financiá-las com doações privadas.
A reforma do apartamento onde ele mora em Downing Street com sua noiva, Carrie Symonds, e o bebê do casal custou até 200 mil libras (284 mil dólares, 232 mil euros), de acordo com a imprensa, excedendo em muito o orçamento anual do governo de 30 mil libras.
Considerou-se a criação de um fundo de Downing Street para pagar pela reforma, uma ideia que mais tarde foi abandonada, e um rico doador do Partido Conservador pagou parcialmente a conta.
Mas Geidt afirmou que Johnson "nada sabia" sobre o financiamento das obras, que haviam começado enquanto ele estava gravemente doente com covid-19 no início de abril de 2020. Ele não descobriu até fevereiro de 2021, depois que a mídia vazou e ele mesmo pagou as contas em março, segundo seu assessor.
O próprio Johnson negou qualquer irregularidade perante o Parlamento em abril. Ele afirmou ter "coberto os custos" da obra, mas evitou dizer se recebeu ou não uma doação inicial que depois devolveu.
"O relatório independente de Lord Geidt mostra que o primeiro-ministro sempre agiu de acordo com o código ministerial", disse um porta-voz de Downing Street.
O não cumprimento deste código é motivo para deposição.
Além do relatório Geidt, cuja independência foi questionada por deputados da oposição, a Comissão Eleitoral lançou sua própria investigação em abril após encontrar "motivos razoáveis para suspeitar que uma ou mais infrações possam ter ocorrido".
A comissão, que regulamenta o financiamento partidário, pode exigir o reembolso de doações duvidosas e impor multas, ou ainda encaminhar o caso à polícia para investigação criminal.
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