O presidente turco Recep Tayyip Erdogan inaugurou nesta sexta-feira (28) a primeira mesquita da emblemática praça Taksim de Istambul, onde há oito anos começou uma série de manifestações contra o seu governo.
Em uma demonstração do entusiasmo despertado na população pela abertura da mesquita, que combina o estilo otomano com elementos contemporâneos, milhares de pessoas que não puderam entrar no templo rezaram no meio da praça, observou uma jornalista da AFP.
A mesquita poderá receber até 4.000 fiéis e, com ela, Erdogan deixa sua marca na praça Taksim, o lugar mais famoso da capital econômica turca, realizando assim um antigo sonho que tinha há 30 anos.
Quando era prefeito de Istambul nos anos 1990, Erdogan dizia que lamentava que a praça Taksim não contasse com nenhuma mesquita, afirmando que o único estabelecimento religioso visível era uma igreja ortodoxa não muito longe dali.
Apesar da população turca ser majoritariamente muçulmana, a construção desta mesquita, que começou em 2017, gerou críticas e Erdogan foi acusado de querer "islamizar" o país e substituir o fundador da República, Mustafa Kemal.
O imponente edifício religioso de fato faz sombra ao "monumento da República", uma obra que representa personalidades da guerra da independência turca, como Mustafa Kemal, e que até o momento era a atração principal da praça Taksim.
Por outro lado, a abertura da mesquita se soma aos gestos de Erdogan para alegrar seu eleitorado, geralmente religioso e conservador, em um contexto de crescentes dificuldades econômicas.
Precisamente com esse objetivo, segundo os especialistas, ele decidiu no ano passado transformar em mesquita a basílica de Santa Sofia, um prédio construído pelos bizantinos no século V.
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