O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, disse neste domingo (23) que não está claro se o Irã está preparado para tomar as medidas necessárias para permitir que o mesmo volte a cumprir o acordo nuclear internacional.
Antes da quinta rodada de negociações em Viena sobre o resgate do acordo, Blinken foi questionado sobre informações do lado iraniano indicando que Washington já havia concordado em suspender algumas das sanções contra a economia iraniana.
"Nós sabemos quais sanções devem ser levantadas se forem incompatíveis com o acordo nuclear", disse à ABC, considerando que o mais importante é que o Irã "saiba o que precisa fazer para cumprir novamente as questões nucleares". "O que não vimos é se o Irã está pronto para tomar uma decisão", completou. “Esse é o teste e ainda não temos uma resposta.”
Donald Trump retirou o país do acordo em 2017, dizendo que Teerã havia violado seu "espírito" e permanecia uma ameaça regional. Seu sucessor, Joe Biden, quer retomar o compromisso. Para que isso aconteça, Washington deve concordar em suspender as sanções restabelecidas por Trump e Teerã deve se comprometer a cumprir os termos do acordo. Assim que Trump abandonou o acordo, a república islâmica começou a suspender as restrições à sua produção de material nuclear.
Os participantes europeus nas negociações de Viena expressaram otimismo após a última rodada de negociações, concluída na quarta-feira. "Fizemos bons progressos", tuitou Enrique Mora, autoridade da União Europeia que presidiu as negociações entre Rússia, China, Alemanha, França, Reino Unido e Irã. "Desenha-se um acordo", acrescentou.
Negociações indiretas entre Washington e Teerã vêm ocorrendo na capital austríaca desde o início de abril, com os outros cinco países signatários do acordo atuando como intermediários. Diplomatas esperam que os Estados Unidos voltem oficialmente para o acordo antes das eleições presidenciais iranianas de 18 de junho.
Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou que adiaria para amanhã uma coletiva de imprensa em Viena de seu diretor-geral, Rafael Mariano Grossi, que "continua as consultas com Teerã sobre o entendimento técnico entre o Irã e a agência da ONU". No fim de fevereiro, Teerã limitou o acesso da AIEA às instalações nucleares que vem monitorando, mas permitiu que algumas inspeções continuassem enquanto as negociações de Viena se desenrolavam.
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