Uma associação japonesa de médicos pediu nesta terça-feira (18/5) o cancelamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que podem, segundo a organização, agravar a situação sanitária já precária no país, atualmente afetado pela quarta onda de infecções da covid-19.
"Pensamos que cancelar um evento que tem o potencial de aumentar o número de infecções e de mortes é uma boa decisão", afirma em um comunicado a associação, que tem quase 6.000 integrantes.
Ao destacar que reservar leitos de hospital para os atletas não corresponderia à Carta Olímpica, a associação apela com veemência ao governo japonês, à cidade de Tóquio e e ao comitê organizador dos Jogos que solicitem o cancelamento do evento ao Comitê Olímpico Internacional (COI).
Na semana passada, um sindicato de médicos que trabalham em hospitais do Japão considerou "impossível" organizar os Jogos Olímpicos com total segurança "no momento em que as pessoas no mundo inteiro lutam contra o novo coronavírus".
A 66 dias do evento, previsto para acontecer de 23 de julho a 8 de agosto, após o adiamento no ano passado devido à pandemia, a população japonesa defende em sua maioria um novo adiamento ou o cancelamento, de acordo com todas as pesquisas.
Mas o comitê organizador insiste que medidas de combate ao vírus muito rígidas e a proibição de torcedores procedentes do exterior permitirão que os Jogos Olímpicos aconteçam "com total segurança".
Além disso, o comitê organizador de Tóquio-2020 anunciou nesta terça-feira que recebeu 395 candidaturas de médicos do esporte, voluntários para ajudar, o dobro da estimativa inicial.
Os organizadores confirmaram no fim de abril que solicitou os serviços de 500 enfermeiros japoneses para o evento, uma iniciativa que recebeu muitas críticas no Japão.
Relativamente menos afetado pela pandemia em comparação com outros países, com 11.500 mortes oficialmente registradas, o Japão sofre, no entanto, com um aumento de casos de covid-19, o que obrigou na semana passada o governo a ampliar o estado de emergência imposto em parte do país até 31 de maio.
O governo também é criticado pela lentidão de seu programa de vacinação, quando apenas pouco mais de 1% da população recebeu as duas doses do fármaco Pfizer/BioNTech, a única autorizada até o momento no país.
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