Nações Unidas, Estados Unidos — O Conselho de Segurança discutia neste domingo (16) uma declaração sobre os confrontos no Oriente Médio, que segundo o secretário-geral da ONU pode "desencadear uma crise incontrolável".
“O massacre continua hoje”, disse Antonio Guterres ao iniciar uma sessão virtual de emergência do Conselho, que paralelamente negocia uma declaração que por enquanto não tem o apoio dos Estados Unidos.
“Este ciclo insensato de derramamento de sangue, de terror, de destruição, deve parar imediatamente”, afirmou o chefe da ONU durante a reunião, a primeira e a terceira desde segunda-feira, organizada a pedido da China, Noruega e Tunísia.
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad Al-Maliki, denunciou a "agressão" de Israel contra o "povo" palestino e seus "lugares sagrados".
O embaixador israelense nos Estados Unidos e na ONU, Gilad Erdan, acusou o movimento palestino Hamas de ter "premeditado" uma guerra com Israel e de querer "tomar o poder na Cisjordânia".
Até agora, Washington optou por dar tempo aos esforços diplomáticos para alcançar um cessar-fogo e considera que uma declaração do Conselho seria "contraproducente".
Essa posição não é compartilhada pela maioria do Conselho, especialmente os aliados tradicionais de Washington. A China lamentou a "obstrução" dos EUA a uma declaração e instou o Conselho a "agir" para encerrar as hostilidades.
Apelo incisivo
Guterres fez um apelo incisivo: "Os confrontos devem parar imediatamente" porque "eles podem levar israelenses e palestinos a uma espiral de violência com consequências devastadoras para as duas comunidades e para toda a região".
A violência "tem o potencial de desencadear uma crise humanitária e de segurança incontrolável e de estimular ainda mais o extremismo, não apenas nos territórios palestinos ocupados e em Israel, mas em toda a região", acrescentou.
Riyad Al-Maliki disse por sua vez que "alguns não querem usar essas palavras - crimes de guerra e crimes contra a humanidade - mas eles sabem que é a verdade."
"Israel é implacável e implacável em sua política colonial", disse ele, conclamando o Conselho de Segurança "a agir para impedir o ataque" contra os palestinos.
“Quantos palestinos terão que morrer antes que haja uma condenação?”, questionou o ministro.
“Em que momento vão ficar escandalizados?”, acrescentou, aludindo à recusa dos Estados Unidos em aprovar uma declaração.
Gilad Erdan disse que “o Hamas optou por acelerar as tensões, usando-as como pretexto, para iniciar esta guerra”.
Não há “justificativa para o lançamento indiscriminado de foguetes contra a população civil”, acrescentou, afirmando que os palestinos “usam escudos humanos” aumentando o número de vítimas civis.
Edran - que celebrou o apoio dado a seu país por Washington - pediu ao Conselho de Segurança que condene os ataques com foguetes e disse que o Estado hebreu "não tinha outra opção" a não ser retaliar os ataques palestinos para detê-los.
Saiba Mais
- Mundo Conflito entre Israel e palestinos: Quem é o bebê sobrevivente de ataque que matou 10 da mesma família
- Mundo Aumento da violência agita campanha pela prefeitura de Nova York
- Mundo Israel acusa Hamas de ter 'premeditado' conflito
- Mundo Papa pede fim à "espiral da morte" em Mianmar e no Oriente Médio
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.