Washington, Estados Unidos — Elise Stefanik, uma ferrenha defensora do ex-presidente Donald Trump, foi escolhida nesta sexta-feira (14) como nova líder na Câmara de Representantes do Partido Republicano, que tenta se unir em meio a um explosivo debate sobre sua direção.
"Agradeço aos meus colegas por me escolherem para o cargo", disse Stefanik, de 36 anos, após anunciar que será a número 3 do partido na Câmara de Representantes e a mais poderosa republicana do Congresso.
"Meu foco estará na unidade", disse ela à imprensa.
"O povo americano sabe que há muito em jogo", afirmou, acrescentando que uma das principais metas dos republicanos é ter um discurso coerente para recuperar a maioria na Câmara de Representantes perdida na eleição de 2020.
"Lutaremos (...) a cada dia contra a destrutiva, radical, esquerdista agenda do presidente Joe Biden e da [presidente da Câmara] Nancy Pelosi, que está destruindo os Estados Unidos", frisou.
Seu nome foi anunciado dois dias depois de Liz Cheney, uma conservadora filha do ex-vice-presidente Dick Cheney, ter sido destituída da função por suas insistentes críticas a Trump e por sua recusa em apoiar as infundadas denúncias de fraude na eleição presidencial de novembro passado.
"Voz importante"
Embora alguns republicanos temam que, se não rejeitarem a retórica do ex-presidente sobre a fraude eleitoral, o partido poderá ter problemas nas urnas, Stefanik, que chegou ao Congresso em 2015 como moderada, deixou claro que Trump e o Trumpismo permanecerão vitais para as fileiras conservadoras.
Sobre o ex-presidente, ela disse: "Ele é uma parte fundamental do nosso time republicano".
"Eu apoio o presidente Trump, os eleitores apoiam o presidente Trump". "Ele é uma voz importante em nosso Partido Republicano e estamos ansiosos para trabalhar com ele".
Trump, que sai fortalecido no partido com esta mudança, parabenizou Stefanik por sua "vitória esmagadora".
O partido na Câmara "está unido, e o movimento Make America Great Again [Vamos Fazer os Estados Unidos Grandes de Novo] é forte", disse o ex-presidente.
A ascensão de Stefanik foi um ponto chave em uma semana difícil para os republicanos.
Na quinta-feira, após uma reunião com Biden e os principais democratas do Congresso na Casa Branca, o líder da minoria na Câmara, Kevin McCarthy, disse: "Não acho que alguém esteja questionando a legitimidade da eleição presidencial".
No dia anterior, durante uma audiência na Câmara dos Representantes, os republicanos tentaram minimizar o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos por partidários de Trump. O congressista Andrew Clyde disse que as imagens da insurreição, no qual cinco pessoas foram mortas, parecem mostrar "uma visita normal de turista".
E, em um sinal de que as tensões continuam, a congressista de Trump, Marjorie Taylor Greene, sancionada por seus colegas por suas declarações em defesa de teorias da conspiração, confrontou a democrata Alexandria Ocasio-Cortez, levantando questões de segurança no Congresso.
Cheney prometeu continuar lutando por princípios conservadores, contra um líder que defende "a grande mentira" da fraude.
No passado, Stefanik votou contra a grande reforma tributária de Trump em 2017 e se opôs a várias decisões cruciais do presidente, como a retirada dos Estados Unidos do acordo climático de Paris.
Questionada se haveria espaço no partido para críticos de Trump como Cheney ou Adam Kinzinger, que votou pelo impeachment de Trump em janeiro, Stefanik foi conciliadora.
"São parte desta conferência republicana", disse, mas acrescentou: "Estamos unidos no trabalho com o presidente Trump".
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