O governo britânico se comprometeu nesta quinta-feira (13/5) a ajudar as famílias das vítimas do conflito na Irlanda do Norte a terem acesso à "verdade" sobre os desaparecidos durante 30 anos de combates na província britânica.
Um dia depois de o primeiro-ministro Boris Johnson se desculpar pelos sangrentos tiroteios de 1971 no bairro de Ballymurphy, em Belfast, seu ministro para a Irlanda do Norte, Brandon Lewis, prestou homenagem à "paciência" e à determinação das famílias, em uma declaração aos parlamentares britânicos.
Uma juíza da Irlanda do Norte decidiu na terça-feira (11/5) que o Exército britânico usou força injustificada no "massacre de Ballymurphy", considerado um dos episódios mais mortais em três décadas de violência entre católicos republicanos e protestantes partidários da coroa britânica.
Até o acordo de paz de 1998, o conflito deixou 3.500 mortos.
"Este governo quer avançar, abordando o legado do passado na Irlanda do Norte, um caminho que permitirá que todos os indivíduos, ou famílias que desejam informações, busquem e recebam respostas sobre o que aconteceu", disse Lewis.
Ele também defendeu uma medida que "pavimenta o caminho para uma reconciliação social mais ampla para todas as comunidades".
Vinte e três anos após o acordo de paz, "milhares de mortes continuam sem solução", disse o ministro.
O governo quer dar uma resposta que "reflita o tempo que passou, a complexidade da turbulenta história da Irlanda do Norte e a realidade dos compromissos já assumidos". Mas, acima de tudo, "de uma forma que permita às vítimas e sobreviventes terem acesso à verdade que merecem", frisou.
Johnson escreveu às famílias das vítimas de Ballymurphy, enviando uma carta a cada uma, mas estas rejeitaram essas "desculpas de terceiros".
Briege Voyle, cuja mãe foi morta a tiros pelos militares britânicos, disse que a polícia deve agora investigar, e o Ministério da Defesa, "dar as informações de que dispõe".
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