Os anticorpos que neutralizam a covid-19 permanecem no sangue por pelo menos oito meses depois do contágio, revela um estudo italiano publicado nesta terça-feira (11/5).
Esta é uma observação registrada "independentemente da gravidade da doença, da idade dos pacientes, ou da presença de outras patologias", afirma o estudo realizado pelo prestigioso Hospital San Raffaele de Milão (norte), em colaboração com o Instituto Superior de Saúde (ISS), órgão que assessora o governo em matéria de saúde pública.
"A presença de anticorpos, mesmo que diminuam com o tempo, é muito persistente", aponta o estudo.
Oito meses após o diagnóstico, apenas três pacientes de um total de 162 não testaram positivo para anticorpos, explicaram o San Raffaele e o ISS em um comunicado conjunto.
Os pesquisadores italianos consideram que a presença precoce destes anticorpos é "fundamental para combater com sucesso o contágio, uma vez que quem não os produz nas duas primeiras semanas depois do contágio corre um maior risco de desenvolver formas graves de covid-19", ressaltaram.
O estudo foi realizado pela Unidade de Evolução e Transmissão Viral do Hospital San Raffaele, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Pesquisa em Diabetes da mesma entidade. O grupo desenvolveu um teste específico para anticorpos, usando técnicas empregadas para o estudo de outros tipos de anticorpos desenvolvidos como resposta autoimune.
Graças às vacinas contra o HIV, os pesquisadores do San Raffaelle e do ISS também desenvolveram um novo método para avaliar os anticorpos que protegem contra o SARS-CoV-2.
Publicado nesta terça-feira na Nature Communications, este estudo permitiu "mapear, de forma quase exaustiva, a evolução, no tempo, da resposta de anticorpos à covid-19", estimam o ISS e o San Raffaele.
O estudo foi realizado acompanhando 162 pacientes testados positivos para SARS-CoV-2 (67% deles homens, com idade média de 63 anos), que compareceram à emergência do San Raffaele durante a primeira onda da pandemia na Itália.
As primeiras amostras de sangue foram coletadas quando receberam o diagnóstico do contágio, em março-abril de 2020, e as últimas, no final de novembro de 2020.
Neste grupo, 57% sofriam de outra patologia além da covid-19 no momento do diagnóstico. Os mais frequentes foram hipertensão (44%) e diabetes (24%).
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