Justiça

Ex-dançarino cubano do ENB é condenado por agressão sexual e estupro

Chang Oliva, que ingressou no English National Ballet em 1993, negou as acusações e, no julgamento, disse que "não tinha ideia" de onde surgiram

Agência France-Presse
postado em 11/05/2021 12:12 / atualizado em 11/05/2021 12:13
 (crédito: LEON NEAL)
(crédito: LEON NEAL)

O cubano de origem chinesa Yat-Sen Chang Oliva, ex-dançarino principal do Ballet Nacional Inglês (ENB na sigla em inglês), foi condenado pela Justiça britânica, nesta terça-feira (11/5), por várias agressões sexuais e estupro de quatro alunas quando era responsável por elas.

O dançarino de 50 anos, natural da cidade cubana de Matanzas, foi julgado por 12 acusações de agressão sexual e duas de agressão com penetração ocorridas no English National Ballet e na Young Dancers Academy de Londres, entre dezembro de 2009 e março de 2016.

As denunciantes, que tinham entre 16 e 18 anos à época dos acontecimentos, acusaram Chang de terem-nas tocado de forma inadequada, enquanto lhes fazia massagens.

Após 13 horas de julgamento, o tribunal de Londres o considerou culpado de todas as acusações, exceto uma de estupro.

O cubano permanece detido, enquanto aguarda sua sentença, que o tribunal divulgará em 18 de junho.

Os crimes cometidos por Chang "se tornaram cada vez mais sérios", disse o juiz Edward Connell, alertando o réu de que ele enfrentará "uma longa sentença de prisão".

No julgamento, o promotor acusou esse dançarino de "renome internacional", "famoso e venerado" por aqueles que aspiram a imitá-lo, de "se aproveitar de sua posição" para atacar "meninas, cuja educação lhe foi confiada".

"Ele achava que sua fama e posição o protegeriam de quaisquer denúncias, ou consequências de suas ações", disse o promotor.

Chang Oliva, que ingressou no English National Ballet em 1993, negou as acusações e, no julgamento, disse que "não tinha ideia" de onde surgiram.

Nos últimos anos, o mundo do balé britânico já havia sido abalado por acusações semelhantes.

O dançarino e coreógrafo inglês Liam Scarlett, considerado o garoto prodígio do balé britânico, foi suspenso no verão de 2019 do Royal Ballet, após ser objeto de uma investigação por assédio sexual.

A investigação encerrou o caso alguns meses depois, mas a instituição parou de colaborar com o artista. Ele se suicidou em meados de abril, aos 35 anos.

De acordo com o jornal The Times, Scarlett foi acusado de fazer comentários inadequados sobre os órgãos genitais, de toques sexuais, de pedir fotos nuas e de invadir os recintos, enquanto os alunos se trocavam.

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