Vacinas

UE exige na Justiça 90 milhões de doses pendentes da vacina da AstraZeneca

Vários países da UE restringiram estas vacinas para pessoas mais velhas, em geral com mais de 55 anos, enquanto a Dinamarca as abandonou por completo

Agência France-Presse
postado em 11/05/2021 10:51 / atualizado em 11/05/2021 10:51
 (crédito: AFP/JOEL SAGET)
(crédito: AFP/JOEL SAGET)

A União Europeia (UE) recorreu à Justiça belga para forçar o laboratório AstraZeneca a entregar, antes do fim de junho, 90 milhões de doses de sua vacina anticovid ainda não distribuídas no primeiro trimestre anunciou a Comissão Europeia nesta terça-feira (11/5).

"Queremos que a corte ordene à empresa que entregue 90 milhões de doses, além das 30 milhões que distribuiu no primeiro trimestre", afirmou o porta-voz Stefan de Keermaecker.

A AstraZeneca havia-se comprometido a entregar 120 milhões de doses nos três primeiros meses do ano.

A Comissão Europeia alega que a AstraZeneca não cumpriu os contratos firmados entre as partes. Neles, a empresa se comprometeu a entregar 300 milhões de doses de sua vacina anticovid no primeiro semestre deste ano.

Desde o início da polêmica, a AstraZeneca argumenta que, pelos contratos, é obrigada apenas a oferecer "melhor esforço" razoável para atingir esses objetivos.

O laboratório anglo-sueco também alega que enfrentou problemas no processo de fabricação de sua vacina e que, também por motivos contratuais, nega-se a entregar à UE vacinas produzidas em suas fábricas instaladas no Reino Unido.

Das 120 milhões de doses negociadas no primeiro trimestre, a AstraZeneca entregou apenas 30 milhões. Para o segundo trimestre, período em que deveria distribuir 180 milhões de doses, comprometeu-se com apenas 70 milhões.

Um funcionário da UE disse à AFP que o ritmo atual da AstraZeneca, de 10 milhões de doses por mês, também não permitirá atingir a meta de 70 milhões.

De acordo com De Keersmaecker, a intenção dos processos legais da UE não é punir a AstraZeneca, nem impor multas pesadas, mas "garantir que as doses sejam entregues".

Esta situação coloca mais pressão sobre a AstraZeneca, depois que estudos sugeriram um vínculo entre sua vacina e coágulos sanguíneos, em casos extremamente raros.

Depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) declarou que os benefícios da vacina da AstraZeneca superavam os riscos para todos os adultos, a Comissão Europeia manteve a vacina como uma das quatro oferecidas aos Estados-membros.

Vários países da UE restringiram estas vacinas para pessoas mais velhas, em geral com mais de 55 anos, enquanto a Dinamarca as abandonou por completo.

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